sexta-feira, 29 de agosto de 2025

COLOQUEI A BELEZA DE LADO (POR UNS DIAS)

 Neste mês de agosto resolvi dar um tempo à minha beleza. Não pintei unhas, não pintei cabelo, o cabelo andou 99% dos dias apanhado, não arranjei sobrancelhas, não usei maquilhagem (usei muito pouca 2 ou 3 vezes no máximo). 

Não foi preguiça, não foi desleixo, não foi depressão. Foi uma decisão consciente, só porque sim. Porque me apeteceu, porque tenho o direito de não usar nada se assim entender.

No entanto, não deixei de arranjar as unhas, não deixei de cuidar da pele, de hidratá-la bem, não deixei de lavar o cabelo bem lavado e usar máscara hidratante, não deixei de usar um óleo nas pontas, não deixei de fazer o buço (ainda pensei nisso 🤔) e a depilação no resto do corpo, não deixei de tomar banho nem de usar desodorizante, perfume e roupa lavadinha.

E o engraçado é que neste tempo ouvi comentários de outras pessoas: "agora andas sempre de cabelo apanhado", "até admira não pintares as unhas", "tens de ir pintar o cabelo".

A última observação até ouvi de duas pessoas diferentes em dias diferentes e a minha resposta foi sempre a mesma "sim, eu sei, tenho espelhos em casa 😁"!

Vejo perfeitamente a raiz de 2 centímetros (com muitos cabelos brancos nota-se muito), mas o problema é meu. Não preciso que me digam "tens de" (que é uma coisa que me faz ferver o sangue...), quando eu só tenho de fazer o que entendo. 

Mas pronto, às vezes as pessoas falam e depois é que pensam. 

Depois há as pessoas que acham que unhas pintadas são sinónimo de mãos bonitas ou cuidadas, e não são. Tal como unhas naturais não são sinónimo de desleixo.

Conheço pessoas que fazem as unhas todos os meses, mas têm as mãos mal cuidadas, às vezes até têm as unhas sujas (e nota-se e é feio), e depois olham para alguém que não pinta as unhas, mas as tem limadas, sem peles espetadas, limpas e as mãos hidratadas, como se a pessoa fosse desleixada.

Falta normalizar o natural, e também as opções de escolha e ainda saber diferenciar o que é realmente desleixo. Não temos que andar todos em rebanho a fazer as coisas da mesma forma.

Da minha parte, sei cuidar da minha aparência, cuido porque gosto e acho importante, faço-o eu mesma na maioria das vezes, mas também me dou o direito de escolher não fazer. E não dou palpites na aparência das outras pessoas, muito menos sem ninguém me perguntar nada.

Para a semana regresso ao trabalho com mais afinco, graças a Deus, nessa altura irei voltar aos meus cuidados habituais, porque assim o entendo e não porque a sociedade acha que assim é que deve ser.

De qualquer forma, temos de normalizar a simplicidade e a naturalidade!

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quarta-feira, 27 de agosto de 2025

CONSULTA DE DESENVOLVIMENTO NO PÚBLICO

 A tão esperada consulta de desenvolvimento no Hospital S.Bernardo aconteceu hoje.

Foram 17 meses à espera e a minha expectativa era tão baixinha, tão baixinha, que ainda ponderei em não irmos.

Mas fomos.

Falámos sobre esta consulta com o Gonçalo, preparámo-lo porque ele estava preocupado se tinha de fazer análises ao sangue e se tinha de fazer trabalhos (como faz na psicomotricidade).

Saímos do carro e a primeira coisa que ele disse foi "não acho piada nenhuma a este Hospital... eu nem quero ir a esta consulta...".

Eu já não ía às consultas externas quase há 20 anos. A última vez que fui, tive uma consulta de dermatologia e tenho ideia que na altura estava mais organizado. 

Tive dificuldade em achar a sala onde teríamos de esperar, não percebi onde estava a sinalética, segui o meu instinto e lá encontrei a sala 6 amarela.

Fomos chamados poucos minutos depois da hora marcada e a consulta durou cerca de 1 hora.

Foram feitas todas as perguntas normais nestas consultas, foram vistas avaliações da escola, relatórios de outros médicos/terapeutas, foram feitas perguntas ao Gonçalo (que não esteve minimamente cooperante), mas logo de início ouvi o que já esperava: "então mas o Gonçalo já é acompanhado pela Dra Ana? Então porque vieram para aqui?"

E eu expliquei que a médica de família na altura, achou que poderíamos conseguir ter terapia da fala no hospital.

A médica quase que riu e disse-me logo para tirar isso da cabeça. "Há um terapeuta da fala para estes casos... tenho crianças com diagnósticos muito mais graves que o Gonçalo que vêm à consulta, eu mando para a terapia e um ano depois quando regressam à consulta, ainda não foram chamados... eu posso enviá-lo para a terapia, mas não o vão chamar...".

Eu super consciente desta reslidade, disse que a minha expectativa era baixa, portanto não esperava grandes respostas dali.

No entanto a consulta foi muito completa, mesmo sabendo que não seria para dar continuidade. No fim a Dra disse-me para continuar com quem estou pois estamos bem entregues, que ali nunca teríamos o acompanhamento que já temos no particular e com a médica que temos. 

Saí de lá um pouco triste. Por um lado satisfeita por ter mais um médico a dizer que estamos bem entregues. Mas triste por ver mais uma porta a ser fechada.

A escola não dá resposta, o hospital não dá resposta, a segurança social dificilmente dará resposta porque somos um casal com rendimentos acima de 12000 por ano, e com essa fortuna ninguém precisa de ajuda para nada.

A conversa é sempre a mesma, há casos mais graves que precisam mais de ajuda. Tudo bem. E os casos menos graves vão sendo empurrados com a barriga? Fazemos descontos, e não são poucos, e no fim não temos direito a nada. Que país é este? Nada melhora?

Ou temos nós algum dinheiro para nos chegarmos à frente, ou então estes casos menos graves vão ficando graves porque não têm o devido acompanhamento. Ninguém vê isto?

A Dra até perguntou porque não faziamos terapia da fala no particular e eu disse "porque não temos dinheiro. Não conseguimos fazer psicomotricidade e terapia da fala e todas as outras consultas que ele também precisa...".

Sinto uma pequena revolta, ssbem?

O médico de família também fez o pedido de terapia da fala no centro de saúde, mas pelo andar da carruagem também já estou a prever o desfecho, porque há casos mais graves.

Entretanto, como precisava de tratar de outro assunto com a neuropediatra dele, enviei-lhe email e aproveitei para falar desta consulta, onde falei das minhas preocupações. Uma hora depois tinha a resposta da Dra, esclareceu-me, tranquilizou-me e pronto. No público dificilmente isto aconteceria, o que não deixa de ser triste.

Sinto um certo aperto no peito, porque às vezes parece que não vejo luz ao fundo do túnel, é uma preocupação constante, mas sei que estar assim também não ajuda. 

Tenho de continuar a fazer o básico bem feito, a fazer a minha parte, a insistir com a escola e procurar outras alternativas, outras soluções, porque não dá para ficar a ver a banda passar.

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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

44 ANOS - 44 COISAS QUE GOSTO E NÃO GOSTO

Dia de 44.° aniversário. Parabéns a mim nesta data querida! 😁

Gosto:

1- Silêncio 

2 - Chocolate

3 - Dormir

4 - Ar fresco

5 - Cheiro a mar

6 - Banho frio no verão 

7 - Banho quente no inverno 

8 - Arroz doce

9 - Pastel de nata

10 - Bolo caseiro

11 - Café 

12 - Escrever 

13 - Ler

14 - Desenhar

15 - Pintar

16 - Perfumes

17 - Produtos de beleza

18 - Plantas

19 - Roupa cheirosa

20 - Cama cheirosa 

21 - Velas aromáticas 

22 - Cheiro a chuva

23 - Maquilhagem sóbria 

24 - Jantar fora

25 - Unhas bonitas

26 - Lareiras

27 - Solitude

28 - Ter muito dinheiro 🥰

29 - Limpar a casa estando sozinha


Não gosto:

30 - Chico espertismo

31 - Mentiras 

32 - Manipulações (consequentemente de pessoas mentirosas e manipuladoras)

33 - Aletria

34 - Muito barulho

35 - Pessoas que acham a vida dos outros sempre fácil

36 - Pessoas que reclamam da vida que têm, esquecendo-se que é fruto das próprias opções que tomaram.

37 - Pessoas invejosas

38 - Pessoas que opinam sem ninguém pedir opinião 

39 - Iscas, miúdos, moelas e todos os pratos confecionados com órgãos de animais (só o cheiro agonia-me)

40 - Ventania

41 - Roupa apertada

42 - Ser mal atendida em lojas/estabelecimentos, como se a pessoa estivesse a fazer um favor em atender-me

43 - Dormir pouco

 44 - Ter pouco dinheiro 😅



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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

A MINHA ARRUDA MORREU

 Três meses depois de me ser oferecida, hoje dei-a por morta. 

De repente começou a secar e quando isto acontece, pouco há a fazer. Numa questão de dias secou completamente. 

Não foi falta de água, não foi excesso de água, nem falta ou excesso de luz.

Estava num local adequado às suas necessidades e penso que os meus cuidados foram também os adequados. 

Hoje cortei-a, ficou um talo e as raízes que não sei o estado em que estão. Com sorte ainda rebenta...

Vamos ver... 

Se é inveja, como dizem as pessoas mais antigas, tenho pena de quem me inveja, porque ainda não percebeu que o meu Anjo da Guarda é muuuuito mais forte que os seus demónios! 🤭😁

Sigo firme, e depressa arranjarei outra arruda! ❤️

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quarta-feira, 13 de agosto de 2025

DESAPEGAR DA CASA PERFEITA

 A minha casa não é a minha casa de sonho. Mas é onde vivemos, é o nosso lar, e tenho tentado encarar sempre esta realidade com leveza.

No entanto, tive uma fase (várias fases ao longo dos anos, na verdade) difícil na minha relação com a casa, e nem me apercebia disso.

Apesar de cuidar da casa, limpar, arrumar, etc, sentia-me desconectada com o lar, com o espaço! Fazia o que tinha de ser feito, mas sem muito capricho, sem muito amor envolvido. 

E isso criou algum descontentamento com a rotina doméstica e com a própria casa. 

Mas aos poucos tenho vindo a mudar esse sentimento. Sempre defendi que deviamos fazer o melhor possível com aquilo que temos. Mas não sei como, nem porquê, tive estas fases de descontentamento, e desmotivação. 

Pode não estar tudo perfeito, mas algum dia estará? O normal é atingirmos um objectivo e começarmos logo a pensar noutro. Então não será melhor valorizar e apreciar o processo, e dar o nosso melhor nesse tempo. Afinal poderei nunca estar satisfeita...

E tem sido nas pequenas coisas que tenho encontrado motivação e gosto. Tem sido no propósito e na intenção. Não fazer por fazer. Não fazer só porque alguém tem de fazer. Não fazer a reclamar.

Cuidar da casa, do lar, é dar amor à minha família. À familia que tanto pedi. É dar amor a mim mesma! 

Aligeirar a rotina doméstica tem feito muita diferença, fazer as coisas com capricho também. É diferente fazer porque sim, e fazer com atenção e cuidado. 

Acender umas velinhas, ter um detergente cheiroso e de qualidade para lavar o chão, ter um amaciador ou dois de roupa perfumados, cuidar das plantas, cuidar da roupa, fazer as camas com amor e carinho (como falei noutro post)... Romantizar a vida, ver as coisas pelo lado positivo, deixar os queixumes de lado. 

E é aquele cliché que tantas vezes ouvimos, mas que é verdade, há quem não tenha o que nós temos e gostasse de ter. Há que agradecer mesmo as pequenas coisas. Vamos levar a vida toda a desejar o que não temos? Que martírio...

E assim, com uma pequena mudança de mentalidade, de foco, as coisas têm vindo a melhorar, a minha visão sobre a casa tem mudado. 

A leveza que depositei neste tema ajudou a melhorar muita coisa no meu bem estar! E às vezes o caminho é mesmo o do desapego do que não temos mas gostaríamos de ter, em troca da valorização e amor pelo que já temos!

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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O GONÇALO E OS LEGOS

 Já falei por aqui várias vezes que o Gonçalo gosta muito de legos, e o início desta paixão coincide mais ou menos com o início da toma da medicação para a PHDA.

Tem muitos legos, nos aniversários e Natal recebe sempre alguns, e depois vamos comprando outros durante o ano.

De início fazia os indicados para a sua idade, mas gostava também de comprar outros para idades superiores e dada a dificuldade desses, eu ou o pai é que montávamos o lego e ele ia só colocando algumas peças com a nossa orientação. 

Entretanto, quando fez 8 anos recebeu um lego para 7 anos, e fê-lo completamente sozinho, com alguma rapidez e facilidade, o que o deixou muito satisfeito e motivado. 

Como tinha dinheiro no seu mealheiro, quis comprar um carro para 9 anos. No dia que o comprámos, eu disse-lhe que teria de fazê-lo sozinho e só depois de ter tudo pronto é que poderíamos comprar outro. (Eu a pensar que a montagem levaria uma eternidade...)



Não acreditei que o acabasse sozinho. Já são legos com muitas peças, as instruções não são assim tão fáceis e o processo requer muita paciência e concentração, coisa que sabemos, ele não tem em demasia.

Acontece que fui surpreendida pela dedicação e resiliência do meu filho. Arrumou a sua secretária para ter espaço para o lego e preparou tudo para a tarefa que demoraria apenas 4 dias. 

Fez tudo com calma, com paciência, um bocadinho de cada vez. Quando estava cansado parava e regressava para fazer mais um pouco, depois de ter descontraído noutra brincadeira. E assim se passaram 4 dias e o lego sempre a ganhar forma de Ford Mustang.

Terminou numa quinta enquanto eu preparava o almoço. Apareceu na cozinha com o carro completo e muito contente por ter conseguido fazer tudo sozinho.


Eu fiquei muito orgulhosa e não me canso de o dizer. 

Ele diz que conseguiu porque se esforçou muito. Agora diz isto muitas vezes, que se esforçar muito consegue. Acho que isto era conversa da professora, sempre a dizer que ele tinha de se esforçar mais. Felizmente o resultado tem sido proporcional ao esforço, mas nós sabemos que na vida nem sempre é assim.

Entretanto comprou outro carro de lego, desta vez para 10 anos. E a dificuldade aumenta substancialmente em relação aos de 9 anos. As próprias instruções são mais exigentes e a atenção tem de ser muito maior.






Neste demorou mais dias, também por estarmos de férias e termos saído mais, mas mesmo assim demorou menos de uma semana. 

Aqui já precisou da minha ajuda em certos pormenores, mas a maioria foi feito por ele.

Nesta "brincadeira" ele trabalha muita coisa, desde concentração, foco, paciência, resiliência, organização, interpretação de imagens em perspectiva, motricidade fina, resistência à frustração, etc. 

Além de lhe trazer muita confiança e motivação, que é algo que ele precisa muito. O discurso dele mudou muito desde que começou a fazer estes legos mais dificeis. E mesmo quando afirma que não consegue fazer algo, nós utilizamos os legos como exemplo: "Lembras-te que antes não conseguias fazer legos sozinho, e que foste treinando e agora já consegues? Tem de ser assim, no início é difícil porque estamos a aprender, mas depois vai ficando mais fácil. "



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sábado, 2 de agosto de 2025

DIVAGAÇÕES... #4

 O meu marido, há uns tempos cortou umas calças de fato de treino para fazer uns calções. Não tinha nenhuns, coitado...

Obviamente ficaram tortos e vê-se perfeitamente que foram cortados, mas ele ficou feliz da vida e nada preocupado com os calções tortos!

Entretanto vi um vídeo dos meus amigos Imagine Dragons e o vocalista tinha uns calções primos dos do meu marido. E eu pensei: "de certeza que este não andou a cortar calças para fazer calções... se calhar até são de uma marca xpto..."

Ingenuidade minha: 


Na mesma ordem de ideias, também reparava que ele tinha sempre o cabelo cortadinho e bonito. Já que andam em digressão e saltitam de país em país, eu pensei: "devem ter um barbeiro com eles em digressão..."

O barbeiro: 🤣

Adoro esta descontração, a sério! Não há nada como pessoas humildes, carismáticas, talentosas e práticas! A vida fica mais leve!


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