Em termos de maternidade é comum ouvirmos dizer que as mães sentem muito a consciência pesada, por vários motivos. Sentem muito que não estão a ser suficientes para os filhos.
Acredito que seja um reflexo das exigências da sociedade perante as mulheres. Temos de ser boas em tudo e mesmo entre pares, há muita crítica e pouca empatia.
Eu, confesso, não me revejo nessa questão. Acho que faço o melhor que posso, não falta nada ao meu filho e tento ao máximo fazer aquilo que a minha consciência manda e permite.
Mas ultimamente tenho sentido que apesar de fazer muito com ele, em termos de aprendizagem e desenvolvimento, que ainda me falta fazer muito.
Todos os dias trabalhamos um bocadinho quando chegamos a casa. Já há umas semanas que pedi à professora para enviar tpc diário para o Gonçalo, de modo a irmos trabalhando um pouco de tudo.
Nos dias que ela se esquece, ou decide não mandar, ele não quer fazer trabalhos, mas mesmo assim fazemos sempre alguma coisa.
Nestes trabalhos levamos 20 minutos, 30 no máximo. E se eu vejo que ele não está a conseguir acompanhar por estar cansado, opto por não terminar. Aviso sempre a professora sobre essa decisão e ele termina o trabalho noutro dia.
Aos fins-de-semana trabalhamos sempre um pouco de manhã e um pouco à tarde. Sem stress, sem pressa e com o objetivo de ser um trabalho produtivo.
Pouco temos passeado ao fim-de-semana desde que as aulas começaram, porque tem sido prioridade trabalhar e descansar em casa. Será a melhor opção? Não sei! Mas de momento é a opção viável!
Na última sessão de psicomotricidade (e temos tido todas as semanas) confessei à psicomotricista que apesar de trabalhar com ele diariamente sinto que falta sempre muito.
Não temos feito o nome com letra manuscrita (na escola ainda fazem com letra de máquina), não temos lido histórias à noite, não temos feito exercícios na Khan academy...
E a resposta dela foi: "Calma Helena. Têm feito muito, um bocadinho todos os dias dá resultados enormes. Ele está no bom caminho e se há um ano e meio me dissessem que ia estar assim nesta fase, eu não ía acreditar!"
E vendo por este prisma, é verdade. É notória a evolução e se há coisas que ainda não faz com grande à vontade, vai fazendo e nós vemos que ele percebe.
Portanto as bases estão a ficar bem plantadas, apesar da desconcentração e do tempo que pode demorar, percebemos que ele tem o raciocínio bem feito, só precisa de ferramentas para não se desconcentrar com tanta facilidade.
O ambiente so seu redor na sala de aula não ajuda nada. Colegas barulhentos, mal comportados, e a professora sempre com os nervos à flor da pele, acabam por desconcentra-lo muito. E por muito que a medicação ajude, não faz tudo!
Este segundo período não começou da melhor forma, a professora de ed.especial especial pôs atestado, a professora de apoio também saiu e colocaram outra (muito boa, por sinal) mas que esteve pouco tempo. Nada ajudava! Claro que a professora não conseguia dar conta de tudo e eu vi que houve alguma regressão em coisas simples.
Entretanto já têm outra professora de apoio, já há substituta para a professora de ed.especial, portanto as coisas vão-se compondo.
Eu, apesar do cansaço físico que sinto, e que vejo também nele, de sentir que às vezes podemos estar a fazer pouco, tenho de manter o foco e continuar a insistir no básico bem feito.
Porque resulta, dá frutos e o caminho faz-se caminhando!
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