A reunião foi dia 7 de julho e desde então que tenho pensado muito sobre vários assuntos. Hoje resolvi escrever este post, para que daqui a uns meses ainda tenha algumas questões frescas na memória. Porque vou precisar de relembrar.
Primeiro, a reunião teve várias datas e vários horários, o que levou pessoas a chegarem atrasadas ou até a faltarem, dada a confusão que foi.
Depois foi uma reunião de quase 2 horas, muito dispersa e muito mal orientada.
A professora poderá ou não ficar na escola e eu espero que não. Sei que o risco de vir alguém pior é grande, mas houve muita coisa que não correu bem e não acredito que se a professora ficar, consiga orientar as coisas no próximo ano letivo.
Eu tinha muitas questões e coloquei-as na reunião, mesmo não sendo do interesse dos outros encarregados de educação, para que ficasse logo esclarecida, caso contrário andaria a fazer perguntas eternamente.
Levei a documentação relacionada com as medidas que o Gonçalo tem e questionei sobre as medidas do próximo ano letivo. Percebi que o caso tinha sido arrumado sem grande cuidado e por isso fiz questão de ler as medidas e perguntar se se mantinham todas ou não.
A professora no meio de uma conversa com outra mãe resolveu dizer em alto e bom som "O Gonçalo é autista, não sei se sabem..."
Não sabiam, poucos tinham ouvido falar de tal coisa (os poucos que eu tenho mais convivência), e a meu ver, ela não tinha o direito de o dizer numa reunião de pais, como se fosse um problema de todos, ainda por cima, sem nunca me ter perguntado se era um assunto que devesse dividir com os outros pais.
Fiz questão de esclarecer, ela ainda tentou interromper-me (que é algo que faz muito) e eu disse-lhe "deixe-me falar" (só me faltou dizer-lhe shiu...) e até levantei a mão como se fizesse stop, porque não podia deixar passar. Expliquei que o Gonçalo tem PHDA, que é o seu "problema" principal e por isso toma medicação, e associado a isso tem características da Perturbação do espectro do autismo leve e Perturbação da linguagem e da fala.
A questão não é se o Gonçalo é ou não autista, a questão é que não é um assunto para se falar numa reunião de pais sem se explicar corretamente. Se vai falar, que explique, não sabendo explicar, fica-se calado. Além disso, não interessava absolutamente nada para a questão que estava a ser tratada. Foi um comentário completamente desnecessário.
Isto foi na minha presença mas acredito que já tenha acontecido assunto noutras ocasiões com outras pessoas, pois a professora gosta de falar e não tem filtro.
Nesse dia vimos as fichas de avaliação e eu não vi nada de extraordinário. Tudo o que foi feito pelo meu filho está de acordo com aquilo que eu sei que ele sabe fazer. No entanto, numa determinada altura em que discordei com a professora ela atirou-me logo em cara que o Gonçalo teve ajuda nas fichas. Eu perguntei que tipo de ajuda foi e a professora disse que "foi só na orientação e demorou mais tempo do que os colegas".
Ora bem, vamos lá ver uma coisa. Alunos de 1°ano que na maioria não sabe ler, dito pela senhora inúmeras vezes na reunião, vai dizer-me que o único que precisou de orientação foi o Gonçalo? Mas eu, mulher prevenida que sou, saquei logo das medidas e li novamente a alinea onde refere o tempo suplementar para a realização de provas e outros extra que estão identificados no processo dele.
Portanto não fez mais do que a sua obrigação, seja a ler-lhe as questões, que também teve de ler para o resto dos colegas, seja para o tempo que lhe deu extra.
Ou seja, a meu ver, as notas estão perfeitamente de acordo com o conhecimento e dificuldades que o Gonçalo apresenta no dia-a-dia.
Em casa, vi os trabalhos do dossier e o que é que posso dizer? Três quartos dos trabalhos foram feitos em casa, 95% das fichas nem foram corrigidas. Os manuais e cadernos de atividades, idem. Varios trabalhos de casa por corrigir, enfim... Português tem muitas fichas, matemática tem 1/4 das fichas de português e estudo do meio não tem uma única ficha!
Pergunto-me o que é que ele fazia nas aulas? O que é que ele fazia na educação especial? No dossier tem 2 ou 3 fichas, no máximo com a referência à educação especial, mas não sei o que fez num sítio e noutro.
Eu percebi que ele evoluiu quando mudaram a professora de apoio (e outras mães também referiram isso), tal como quando mudou de professora de ed.especial. Portanto acredito que trabalhasse com essas professoras, mas não percebi o que foi feito com elas e o que foi feito com a professora titular.
Sendo assim, estou a pensar em pedir uma reunião à direção da escola com a professora titular do próximo ano, seja a mesma ou outra, com a professora de ed.especial e com um elemento da EMAIE, antes do início do próximo ano letivo.
Há muitas questões que quero logo tratar, não quero passar outra vez um ano a pedir uma reunião com as duas professoras e esta nunca acontecer, e quero mostrar que se no ano passado andei um bocadinho a ver como é que as coisas iam correr, este ano não vou manter essa "estratégia".
Houve uma discussão entre a professora e outra mãe, e aqui ela perdeu completamente a razão. Não soube tratar do assunto, ameaçou a mãe com a CPCJ... foi muito desagradável.
Vamos ver o que nos traz o próximo ano letivo!
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