terça-feira, 8 de setembro de 2020

ROTINA DOMÉSTICA E CRIANÇAS

Ainda durante a gravidez, mentalizei-me que a minha vida nunca mais voltaria a ser a mesma.

Entre muitas outras coisas tinha plena consciência que a nossa casa iria sofrer alterações quase diárias a partir do momento que o bebé nascesse.

Sabia que as minhas rotinas iriam ser alteradas a vários níveis, e que mesmo as coisas do dia-a-dia, que vemos como dados adquiridos passariam por alterações.

Lembro-me de ter simplificado a forma de fazer a cama assim que soube que estava grávida. Antes, o edredão era rigorosamente colocado por baixo do colchão, muito bem esticadinho e com um acabamento quase ao nível de um hotel. Depois deixei de colocar o edredão por baixo do colchão, para não fazer esforços desnecessários, e hoje, passados 4 anos, continuo a fazer a cama de forma mais simples, e vou sempre simplificando consoante a necessidade.

Houve uma altura que comecei a perceber que não conseguiria ter tudo perfeito em casa. Confesso que a nível da casa também nunca fui perfecionista, mas a determinada altura tomei uma decisão que me ajudou a não dar em doida: tinha dois caminhos, ou tinha tudo super limpo e arrumado, passando o dia a correr stressada para dar conta de tudo, ou alijeirava as coisas de modo a conseguir ter tudo minimamente limpo e organizado mas com tempo e cabeça para estar com o meu filho.

Escolhi o segundo caminho e não me arrenpendo. Continuo a achar que daqui a uns anos vou preferir lembrar-me das nossas brincadeiras enquanto tinha louça suja no lava-loiça do que lembrar-me que tinha uma casa imaculada enquanto o meu filho crescia sem momentos de lazer comigo.

Têm sido muitas as mulheres que ao ouvirem-me dizer que "ontem deixei a louça do jantar para lavar hoje de manhã" que me dizem: "ah, eu não consigo fazer isto"! Algumas até sei que conseguem, mas até acho piada a esta necessidade de querer ser perfeito e mais asseado que o outro... Mas numa dessas conversas, depois de ouvir esse comentário, eu perguntei à pessoa (mais velha que eu): "e você brincava com os seus filhos quando eram pequenos?". Ela disse que não porque os tempos eram outros. Pois eram, e evoluíram. E graças a Deus hoje há mulheres que não se sentem mal por deixarem de lavar a loiça para terem mais um bocadinho para brincar com os filhos. Afinal o que é mais importante?

Há dias que olho para a minha casa e tenho vontade de fugir. Que nem sei por onde começar. Mas respiro fundo e penso:"Mais vale ter a casa desarrumada e um filho saudável que pode desarrumar, do que uma casa arrumada e um filho numa cama!" 

Normalmente é só desarrumação, basta começar numa ponta e terminar noutra e fica tudo arrumado. Depois se houver tempo e vontade, limpa-se. Se não houver tempo nem vontade, fica para depois. Como costumo dizer:" Sou eu que vou fazer portanto o problema é meu."

Sei que chegará o dia de ter um adolescente enfiado no quarto, que possivelmente não sairá muito de lá (eu era assim) e que não vai desarrumar grande coisa para além do quarto (espero eu...). Talvez nessa altura a casa esteja mais arrumada, não sei. Até lá, resta-me aproveitar cada dia, cada fase, porque passa tudo muito rápido.

E não é uma casa desarrumada, é uma casa com vida! 😊 

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1 comentário:

  1. Temos mesmo de nos adaptar Sandra. Nada volta a ser igual depois de termos filhos, e ainda bem! 😉 Beijinhos

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