domingo, 10 de outubro de 2021

A MINHA CASA E EU - 2

Depois de escrever um post sobre o meu desânimo com a nossa casa, resolvi arregaçar as mangas e fazer qualquer coisa para contrariar esta energia.

"Fazer o melhor que posso com aquilo que tenho" voltou a fazer sentido, e tem de ser assim, pois caso contrário ninguém aguenta.

Fui procurar inspiração. Como vos disse no primeiro post, vi a nova série da Marie Kondo na Netflix (que só tem 3 episódios,  com muita pena minha...) e entretanto comecei a ver outra série, esta sobre decoração, nalguns casos em remodelações, noutros em construções novas. 


Agarrei-me a um livro que tenho há 2 ou 3 anos "Uma casa feliz - Diz-me onde moras e dir-te-ei quem és", que fala sobre Feng Shui mas sem ser daquela forma de "no quarto não se pode ter a cama virada a determinada orientação, não se usam espelhos não sei aonde, na sala as cores devem ser estas ou aquelas". Fala de energia, da energia da casa, da nossa energia, como é que a casa nos mostra que há problemas, como é que a casa fala connosco...

Ontem, por exemplo li, (ou melhor, reli) que a casa tem várias energias. A energia da água, que está relacionada com a humidade, bolor e infiltrações, a energia da árvore, que avalia a saúde e vitalidade das plantas da casa, a energia do fogo, que tem a ver com as lareiras, chaminés e instalação eléctrica da casa, a energia do solo, que se manifesta em excesso de pó, entupimentos e/ou ar parado e por fim, a energia do metal, relacionado com dobradiças, puxadores, fechaduras e metais oxidados.

Cá em casa, desde o início, que sei que a energia da água está em desequilíbrio, e percebo isso pela humidade excessiva, algumas infiltrações e no bolor que aparece em todas as divisões. E por incrível que pareça, estes problemas já existiam na nossa primeira casa. Não sei se será coincidência ou não...

Depois temos a energia do solo também em desequilíbrio. E foi esta que só identifiquei agora.

Como é que se diagnosta esta energia? 

"- Os sintomas de presença de energia solo são de energia bloqueada e contemplam: canos, torneiras ou ralos entupidos, excesso de calcário, acumulação e desarrumação, paredes que esfarelam, ar parado, pó. "

Entupimentos temos desde o primeiro dia nesta casa. Na primeira noite a sanita ficou entupida, e depois o poliban (puxávamos o autoclismo saía água no poliban) tivemos de fazer chichi no bidé (é escusado dizer que foi uma situação inesperada e que foi tudo devidamente limpo e desinfetado...), tivemos de ir tomar banho à casa de onde tinhamos saído, que por sorte ainda faltava uma semana para o final do mês, ainda tinhamos a chave e o mês pago, e a água e a electricidade ainda não tinham sido cortadas. Foi uma aventura que nos deixou um grande amargo na boca, e só perto da hora de almoço do dia seguinte é que o problema foi resolvido. Portanto, podem ver que a coisa começou logo mal...

Entupimentos é coisa que não tem faltado, ainda no último feriado andámos a desentupir novamente a casa-de-banho. Nunca mais voltou a ficar inutilizavel porque fazemos essa manutenção, mas de vez em quando tem de ser um procedimento mais rigoroso e desagradável, se é que me entendem!

Excesso de calcário não noto. 

Acumulação e desarrumação existe e desabafei sobre isso. Eu vou destralhando as minhas coisas e as coisas do Gonçalo, mas do meu marido não. É algo que tem de ser ele a fazer e ele não faz muito. Às vezes acho que é preguiça, outras vezes acho que é medo de se desfazer de algo que venha a precisar... o que é certo, é que dificulta um pouco as coisas.

Paredes que esfarelam, também temos. Já foi pior porque quando estava grávida arranjámos. No entanto são paredes com problemas, muitos por causa da humidade, portanto há zonas com reboco e tinta a estalar e que acaba por partir. Já arranjamos duas vezes, mas arranjamos aqui, estala ali. Portanto não temos vontade de gastar mais dinheiro a rebocar paredes e ao fim de um tempo termos o problema de volta, sendo que a casa nem é nossa. O problema é que assim vemos defeitos e deterioração em todo o lado.

Ar parado, é algo que noto muitas vezes quando entro em casa. Não é sempre, até porque abro muito as janelas, mas há dias que assim que entro sinto um cheiro a velho e a ar saturado, como se a casa estivesse fechada há meses. Quando isso acontece a minha vontade é de fugir...

Pó, também temos muito. E realmente não tem sido sempre, noto que piorou nos últimos anos. Há uns anos eu nem limpava o pó, só aspirava os móveis com o acessório para móveis e quando via que havia pó mas não ia aspirar, passava o espanador agarra pó da swifer ou outro do género. Hoje em dia isso já não é suficiente. Depois de aspirar, limpo com um pano próprio para pó e passo um produto anti-estático para ver se o pó não acumula tanto. Mas ao fim de pouco tempo já há pó por todo o lado, e tenho de estar sempre de espanador ou pano na mão.

Sobre a energia de solo ainda se pode ler o seguinte (e isto faz todo o sentido para mim):

"O excesso de energia solo não permite o desenvolvimento de nada. Mudanças numa casa assim são difíceis, não se desenvolvem. Até pode haver a ideia, mas não se consegue mudar. Porquê? Porque para cada ação é necessário levantar um peso enorme. Nestes casos, o que se recomenda é libertar. E é um desafio, porque uma casa como estas alberga pessoas que têm facilidade em acomodar-se,  e quem se acomoda detesta espaço vazio."

Ora bem, eu acho que já vos disse que tenho a sensação que na minha vida, ou na nossa (minha e do meu marido) tudo demora muito a acontecer. Conseguimos concretizar aquilo a que nos propomos, mas demora sempre algum tempo. Portanto, parece-me que está tudo ligado! 

Mas ainda antes de chegar a esta parte do livro, e de ver que realmente há muitas limpezas a vários níveis a fazer, comecei a tratar de limpezas mais profundas. Outra coisa que tenho a sensação que ando sempre a fazer. Das duas uma, ou não as faço bem, ou o que faço não é suficiente e devia de haver aqui também mais participação do meu marido. O facto de eu ter de tratar das minhas coisas e das dele, por um lado faz com que ele não perceba o trabalho que dá, por outro a minha energia e entrega não chegam pois a casa é dos dois e assim poderá haver um desequilíbrio, penso eu.

Bem, mas comecei por limpar o óbvio, o lixo. Tudo o que era lixo fui tirando de casa, revistas, papeis soltos, brinquedos partidos, roupa interior velha... tudo o que fui limpando e arrumando na limpeza diária, fui retirando o que não prestava para jogar fora.

Estou longe do fim, mas o facto de ter começado já ajudou e já me animou.

Hoje aproveitei o sol e de manhã limpei as janelas e portas (exterior). Estavam cheias de pó. Limpei também o chão, tirei folhas velhas das plantas e reguei-as, limpei as cadeiras e mesa, troquei a decoração (o que estava nas traseiras passou para a frente e vice-versa). Acho que são coisas que animam, mesmo que não esteja tudo à nossa vontade, estar limpo já ajuda.

Entretanto também aproveitei que precisava de algumas utilidades para a casa e fui à loja hôma. Fui só comprar o que precisava mas aproveitei para dar uma vista de olhos em tudo, para me inspirar. Tem coisas muito giras e fiquei com vontade de comprar um tapete para a sala e umas almofadas. Mas resolvi que primeiro vou planear exatamente o que quero e depois compro tudo. Até porque quero ver na loja da minha prima, pode ser que tenha coisas giras e dentro do que procuro.

Para já também vou destralhar alguma roupa e ténis que já não uso para libertar espaço e más energias.

Nas coisas do meu marido, terá de ser ele a fazer. Eu vou tratando do óbvio, se vejo algo estragado e que não usa, jogo fora, mas a grande maioria das coisas eu nem sei para que serve, e isso terá de ser uma preocupação dele. Dentro do que me é possivel, tento limpar e arrumar, mas não é suficiente. A minha esperança é que ele perceba que é um trabalho dele e também para benefício dele... talvez se inspire com o meu entusiasmo. Mas o que é facto, é que isto já se arrasta há algum tempo e não vejo evolução!

Bem, apesar de tudo já me sinto mais animada, mais inspirada e com esperança no futuro! 



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