Ontem, fomos novamente ao parque infantil junto à escola e ATL dos antigos colegas de turma do Gonçalo.
E ontem, voltei a constatar a maldade das crianças, especificamente do menino que referi no outro post.
Assim que chegámos, o Gonçalo foi ter com os miúdos que não conhecia e apresentou-se. Acho imensa piada a isto, porque ele podia muito bem brincar sem querer saber o nome dos outros ou sem dizer o seu. Mas faz questão de dizer um belo "Olá, eu sou o Gonçalo e tu como é que te chamas?"
Conversa vem, conversa vai, o miúdo, o Zé, vamos chamar as pessoas pelo nome, aproximou-se com o seu ar de superioridade e pergunta "Gonçalo, como é que se diz um em inglês?"
Mas uma menina respondeu, e o Zé ficou irritado com isso, dizendo: " Não era para tu responderes, era para ele... para ver se ele sabe..." e quando disse "para ver se ele sabe" solta uma gargalhadazinha maléfica, do género "como se ele soubesse".
Como não ficou satisfeito, perguntou "Gonçalo, quanto é 2 vezes 2? Não respondam, é só ele que pode responder... quanto é 2 vezes 2, Gonçalo?"
Amigas, eu sou calma, sou zen, mas não sou de ferro.
O miúdo é um pouco mais alto que o Gonçalo, falava com ele praticamente encostado como se o quisesse intimidar, fazia um ar importante enquanto perguntava, e os outros, tipo cordeirinhos bem mandados, todos à volta deles.
É o que se costuma dizer: estava todo inchado!
Eu, que estava sentada a uns metros gritei um "Oh Zé, tu não sabes que o Gonçalo anda na pré e ainda não aprendeu a tabuada? Que raio de pergunta é essa?"
O miúdo só não se enfiou num buraco porque não tinha, olhou para mim, encolheu-se e deu um sorrisinho tipo "fui apanhado".
O Gonçalo, que não sei se percebe a malvadez do "amigo", pergunta-lhe "e tu sabes de que país vem o Chevrolet? Achas que é de onde, Itália ou Estados Unidos?"
O miúdo não respondeu, afastou-se ainda mais, e os outros ficaram interessados em saber o país de origem do Chevrolet. Que digo-vos já, é EUA!
Entretanto vêm 2 miúdos falarem comigo.
Um, de 4°ano, diz-me o seguinte: "O Zé sabe a tabuada porque eu ensinei-o. Ele também não sabia."
E outro, que nunca tinha visto, perguntou-me: "Mas o seu filho, o Gonçalo, não anda na escola?" E eu respondi: "Sim, ele anda na escola, mas na pré!"
E o miúdo responde: "Ah, claro, na pré não aprendenos contas..." e lá foi brincar descontraídamente.
E a minha questão mantém-se, de onde vem esta intenção, esta necessidade de inferiorizar um colega, numa criança de 7 anos?
Hoje de manhã contei o sucedido à auxiliar da sala do Gonçalo, que também foi auxiliar deles no ano passado. E ela disse-me que o Zé sempre foi assim, logo de pequeno, sempre se sentiu superior e sempre gostou de fazer estas coisas com os que ele acha inferiores a si.
No ano passado eu não tive proximidade com estes miúdos. Alguns dos coleguinhas vinham abraçar o Gonçalo, eu falava com alguns, mas aqueles por acaso não. Nunca senti grande simpatia por nenhum deles, sem razão nenhuma, simplesmente foi assim.
Agora, a ver estas coisas, percebo que a minha intuição nunca falha.
E o mais engraçado, é que acho que isto é geral nesta escola. Já vejo isto há muito tempo, pois sempre tive explicandos daqui.
E o mais engraçado, é que normalmente são alunos de um professor igualmente altivo e arrogante. Parece que são escolhidos a dedo.
Claro que é coincidência, mas a conversa daquele professor ajuda crianças já com esta tendência a vincarem-se mais. Crescem a competir entre eles, sempre a valorizarem as notas em detrimento de outras qualidades ou comportamentos e vão ficando arrogantes!
Depois em casa, a lengalenga deve de continuar e dá nisto...
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