Há dias dei por mim a refletir na minha vida e deparei-me com um padrão.
Sabem quando algo se repete nas vossas vidas em fases diferentes e com pessoas diferentes, mas que é fácil de perceber que há ali uma situação comum?
Pois bem, cheguei à conclusão que eu sou a amiga para as más alturas.
E isso tem alguma coisa de mal?
Assim de repente não. E se nós vivermos bem com isso, também não tem mal nenhum.
Acontece que eu comecei a notar, que tinha "amigas" que só me procuravam quando estavam com problemas. Precisavam de desabafar e encontravam em mim alguém que as ouvia calmamente e sem opinar.
Tive uma amiga que me dizia isso "gosto de falar contigo porque tu ouves e não dás a tua opinião, nem te metes no assunto. Ouves só."
Mas inconscientemente eu fui evitando esse tipo de contacto e quando alguma dessas "amigas" me enviava mensagem já com desabafos, eu desconversava: "pois, é a vida...", "tens de ter calma..."
Mas no fundo eu já me sentia sobrecarregada e não gostava desse meu papel de psicóloga.
E o pior, era que não havia reciprocidade. Se por acaso fosse eu a precisar de desabafar, de falar, de ter só companhia para alguma coisa, nunca tinha.
Aos poucos houve o inevitável afastamento.
No início, eu estranhei. Mas depois fui percebendo que a "culpa" era minha. Eu permiti algo durante um tempo e depois deixei de permitir.
Deixei de permitir que me usassem para deixar as suas más energias. Porque era isso que acontecia. Eu ficava com aquela energia má e as pessoas ficavam leves e frescas.
Isso seria bom, se eu o fizesse de livre e espontânea vontade, ou se fosse algo consciente. Como não era, eu não me apercebia do mal que me fazia.
Como fui evitando ser procurada só para servir de poço de lamentações, as pessoas deixaram de me procurar. Pronto. Que belas amizades!
Eu, algumas ainda procurei, mas depois encerrei o assunto quando vi que não havia interesse da outra parte, e até há bem pouco tempo, ainda tentei com uma última pessoa. Mas também resolvi dar o caso por encerrado.
No meio disto tudo não sei o que foi pior, se foram as pessoas que se afastaram sem nunca mais dizer nada, ou se foram as pessoas que continuaram a dizer, mas com muitas desculpas e mentirinhas pelo meio.
Com tudo isto cheguei ainda a outra conclusão: todos os dias eu faço uma pequena meditação, acendo um incenso e tenho uma intenção para o dia. Neste momento há algo que peço todos os dias: "que ao meu lado permaneçam as pessoas que gostam de mim e que me querem bem, quem não quer, que se afaste!"
E é isto que tem acontecido, e muito! Sou eu que peço e o Universo faz.
Sempre fui uma pessoa de poucas amizades, mas de longas amizades. Continuo a ter as minhas pessoas, as verdadeiras nunca se afastam! Cada uma na sua vida, mas sempre juntas! As outras, que sigam felizes (e longe)!