Poucos dias depois do Natal, recebi no meu email o presente da professora do meu filho: a avaliação do 1°período.
Confesso que não estava expectante, porque sei bem as dificuldades do meu filho e sei também, que na escola os resultados serão um bocadinho abaixo daquilo que ele faz em casa.
A avaliação veio pequena, pouco detalhada, mas com informação suficiente para eu ficar logo com os nervos em franja.
As avaliações de matemática e estudo do meio estão boas, e dentro daquilo que observo em casa, mas a de português... a de português minha gente, nem está dentro do que eu vejo, nem em circunstância alguma as dificuldades foram-me transmitidas pela professora, o que me desagrada muuuuito.
Depois, para ajudar, as considerações finais estão maravilhosas em todas as disciplinas, o que não faz sentido nenhum, já que no português parece que a "vida vai torta, jamais se endireita", como dizem os nossos amigos Xutos!
Mas pronto, respirei fundo, não me valia de nada stressar muito e esperei pela reunião de pais, não para tirar dúvidas específicas (pretendo tirá-las numa reunião individual), mas para perceber o panorama da turma.
E a reunião foi logo no início do 2.° período, onde a professora disse que realmente o português "vai torto e jamais se endireita " para todos. Foi a disciplina com piores notas e onde a turma revela mais dificuldades.
O que é normal nesta fase. Porque vejamos, matemática ainda é muita fixe, aquilo até parecem jogos. Lá para o 3.° ano é que a porca, normalmente, torce o rabo. Estudo do Meio é interessante e eles acham acessível, portanto gostam muito. Português, já tem muito que se lhe diga e os neurónios têm de se esforçar mais, porque escrever, ler e interpretar não é algo super óbvio, é realmente difícil.
Além disso, o teste de português era enorme. Enquanto matemática tinha 1 simples página (até achei muito pequeno) português tinha 6 páginas. O meu querido Gonçalo chegou a meio da ficha, arrumou o estojo e não fez mais nada. E algo que me diz que não foi o único. Há que ser realista, são crianças que ainda não estão habituadas a testes, qual a necessidade de fazerem uma ficha tão grande?
Portanto, a professora pediu para que em casa lêssemos e trabalhassemos mais com eles, para ver se o português se endireita.
De início a professora disse que falaria só nas turmas em geral (1.° e 4.°) e se houvesse alguma questão, falaria em privado com.os pais. Obviamente não foi o que aconteceu, falou de vários meninos, de vários problemas, onde falou do ritmo de trabalho do Gonçalo e noutra fase da reunião, falou do seu destaque no atletismo (têm atletismo pago pela câmara 1 vez por semana), afirmando que de facto ele para correr está como peixinho na água. Tudo bem!
Eu apenas referi que o ritmo de trabalho dele tem de ser estimulado, que às vezes basta dizer "Gonçalo trabalha" e ele acorda para a vida e trabalha. Referi ainda a questão dos trabalhos de casa, já que nesse dia de reunião, a professora mandou 2 fichas para tpc. Portanto lembrei que eu estando ali às 18 e pouco e ele fazendo os trabalhos comigo, dificilmente faríamos numa hora em que ele estivesse concentrado. E a professora só dizia "mas é uma ficha fácil Helena, ele faz num instante ".
Então se às 19 ou 20h vai fazer num instante, porque é que na sala de aula não consegue que ele faça num instante?
E mais uma vez insisti e disse: "a questão não é ser difícil, a esta hora ele não consegue concentrar-se o suficiente para fazer um trabalho produtivo ".
Porque também não me interessa que ele faça por fazer e não lhe entre nada na cabeça, não é verdade?
Entretanto pedi uma reunião com a professora principal, a professora de ensino especial e se conseguirmos articular tudo, também com a terapeuta do Gonçalo. Isto para que em conjunto possamos ver soluções para as suas dificuldades, nomeadamente o ritmo de trabalho e o medo/vergonha que tem em responder. Este receio dele leva a que as professoras pensem que ele não sabe coisas que já sabe muito bem, principalmente no português.
Por exemplo, acham que ele não lê e ele lê. Hoje filmei-o a ler e enviei para a professora que ficou super admirada!
Continuamos a trabalhar para que o Gonçalo desenvolva bem, esse é o meu principal objetivo. E qualquer avanço eu festejo e elogi-o muito, porque sei que não é fácil.
A minha máxima continua a ser "fazer o básico bem feito" e também gosto de "água mole em pedra dura...". São as frases que mais digo nesta vida! 😅
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