sexta-feira, 31 de julho de 2015

A ORGANIZAÇÃO NÃO É PERA DOCE

Organizar é um projeto para a vida. É como a dieta. É algo que se começa, mas nunca se acaba. Até pode haver um ou outro intervalo, mas para resultar tem de ser um projeto a longo prazo.

Organizar não é só arrumar e limpar. É muito mais que isso. Posso ter o escritório todo desarrumado, cheio de papeis pela mesa. Para arrumá-lo, basta-me chegar lá e colocar a papelada toda num dossier e fica arrumado. Daqui a uns dias, posso precisar de um papel importante e simplesmente não achá-lo, já que o arrumei, mas não organizei. Se for para organizar, a coisa já é mais trabalhosa. Tenho de separar os papeis por temas e organizá-los no devido lugar, por exemplo faturas com faturas, fichas com fichas, rascunhos com rascunhos, etc.

No meu ponto de vista, para organizar seja o que for é essencial haver destralhamento pelo meio. A partir do momento que decido organizar, ou reorganizar, por exemplo a roupa, já sei que tenho de destralhar. Vou ver peças que já não uso e que não vale a pena mantê-las, portanto posso desfazer-me delas. Desta forma terei mais espaço livre para arrumar convenientemente a roupa que uso. Organizando-a assim, da forma mais funcional para o meu estilo de vida. 

E esse destralhamento aplica-se a qualquer zona que pretenda organizar. Este processo pode ser feito vezes sem fim, ainda no caso da roupa, sempre que resolvo organiza-la e, isso acontece sempre na mudança de estação, retiro tudo das gavetas e do roupeiro. Só assim tenho consciência das coisas que tenho e só assim consigo limpar como deve ser. Quando o faço separo tudo o que não uso, mesmo que sejam peças que ache giras. Se não as uso, não as guardo. Não dá para guardar durante anos, só porque antigamente usava e gostava. Se já não uso, não posso guardar, pois ocupa espaço, e espaço faz sempre falta.

No ultimo destralhamento da minha roupa, separei alguns vestidos e túnicas que a minha irmã me deu por já não gostar de se ver com eles. São peças giras e de qualidade, mas não gosto das cores. São cores escuras e no verão gosto de usar cores claras. Guardei-as e pensei que poderia usar em casa ou para a praia. Mas passou um mês e nem lhes toquei. Por isso, há uns dias separei-as para doar. Tal como separei algumas camisolas do Bruno que estavam guardadas mas que ele não usa há 2 ou 3 anos. Era um estilo que ele gostava, mas desgostou. Apesar de serem peças praticamente novas e de qualidade, não vale a pena guardá-las. Se não usou durante tanto tempo por já não gostar, dificilmente voltará a usar. Vão ser úteis a outra pessoa, de certeza. 

De certeza que na próxima estação, quando voltar a reorganizar tudo, vou encontrar outras peças que podem ser doadas. E este processo nunca termina.

Tal como o destralhamento, a organização também requer trabalho. 

Sou casada há quase 6 anos e nem imaginam as vezes que mudei a forma de organizar a roupa, os tachos, as mercearias, os cosméticos, tudo. Estou sempre a procurar formas mais funcionais de organizar as coisas e normalmente, acho sempre que a nova forma, é melhor que a anterior. Mas daí a um tempo, já chego à conclusão que posso organizar de outra forma, que me será mais vantajosa. É um longo processo e nunca termina.

Mas quem gosta de organização, não se importa com estes processos. Dão trabalho e muitas vezes para atingir o objetivo temos de desarrumar muita coisa. Mas no fim compensa. 

Compensa muito abrir a gaveta da roupa e ter tudo organizado e bonito. Compensa saber onde estão guardadas as coisas. Compensa saber o que se tem. Compensa saber que contas se tem para pagar e que contas foram já pagas. E por aí... 
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