quinta-feira, 22 de junho de 2023

ESCOLA E DESENVOLVIMENTO - 3

No final de março, fomos os 3, pai, mãe e filho, à consulta de desenvolvimento.

A dra muito simpática, expliquei a situação, levei a avaliação do 1° período e o relatório da terapeuta da fala e a dra fez algumas perguntas ao Gonçalo:

Escreveu GONÇALO e perguntou-lhe o que dizia. Ele respondeu o nome dele completo, ou seja, sabia que era o nome dele, mas não sabia que era só o primeiro. 

Desenhou figuras geométricas e perguntou o nome, ele disse que o triângulo era uma pirâmide, que um quadrado era um retângulo (e na verdade é, mas não se aprende na idade dele), que um retângulo era a forma de um carro e que um círculo era um círculo. 

Antes da entrada na pré, ele sabia todas as figuras e não trocava. 

Perguntou-lhe a idade e ele ficou baralhado, pois foi próximo do seu aniversário e já andavamos a falar nos 6, portanto ficou ali atrapalhado, e também misturou o dia do aniversário... uma confusão!

Escreveu algumas letras e alguns números e perguntou-lhe. As letras soube algumas, mas os números não soube dizer. No entanto, se ela pedisse para apontar o número que ela dissesse, ele sabia.

No fim disto tudo, a médica diz-nos que ía pôr o autismo de parte. Que preocupava-lhe mais a questão de ele não saber responder a estas questões do que o facto de preferir brincar sozinho. Até porque também dissemos que nunca o vimos como uma criança tímida e que sempre gostou de brincar com outros miúdos. 

Só um pequeno parêntesis: Há dias fomos jantar fora, na ida para o carro estavam 4 crianças a brincar no Pelourinho. Ele pediu-me para ir lá, e eu deixei para ver a atitude dele com os miúdos. 

Os miúdos não eram portugueses, tudo a falar ucraniano ou algo do género, ele subiu e entrou imediatamente na brincadeira. Os outros receberam-no bem e num ápice estava inserido num grupo que desconhecia totalmente, que não falava a língua dele, todo contente a rir, a falar e a brincar! Este é o comportamento dele desde sempre, portanto não me preocupa. No recreio da escola prefere brincar mais sozinho? É uma questão de personalidade. Ele diz-me que brinca à apanhada ou aos polícias e ladrões , porque gosta de correr, mas também gosta de brincar com os carros. Qual é o mal?

Voltando à consulta.

Saimos de lá com vários exames médicos para fazer e fomos direcionados para uma terapeuta de psicomotricidade para fazermos uma avaliação de pré-requisitos académicos. 

Dois dias depois fomos à primeira sessão, que a meu ver correu muito bem.

O Gonçalo participou, mostrou interesse, foi educado e conseguiu fazer a maior parte das coisas. 

Nestas sessões fazemos o quê? A terapeuta avalia várias coisas através de exercícios que o manda fazer.

Dizer o nome de letras e de números, identificar formas geométricas, cores, escrever o seu nome, sozinho ou a copiar, desenhar-se, desenhar a sua casa, copiar formas e figuras, fazer sequências, dividir palavras por sílabas com palmas... Há exercícios difíceis e que até acho normal uma criança de 5 ou 6 anos ainda não ter consciência para os fazer.

O que é que eu tenho visto nestas sessões é que a maioria das coisas ele consegue fazer, mas que se distrai com facilidade, além de que não se preocupar se faz bem ou mal, quer é despachar. Às vezes responde bem a uma pergunta, mas depois responde mal no papel. Por exemplo na última sessão, tinha várias figuras em linha e tinha de colocar uma cruz na imagem do novelo enrolado. Ele disse bem, mas colocou a cruz na imagem errada. E eu ainda disse, "essa foi a que disseste à dra filho? "e ele olhou para mim e diz confiante "foi".

Com o tempo a passar e à medida que avançámos nas sessões fui percebendo que a minha teoria de imaturidade fazia sentido. Além disso, o tempo de concentração era curto, principalmente quando a tarefa não lhe interessava. 

Comecei a pensar se fazia sentido a ida para o primeiro ano ou se compensava mais pedir o adiamento, que já havia sido falado com a educadora. Foi algo que esteve em cima da mesa, que entretanto eu coloquei de parte, mas voltei a trazer à baila.

A terapeuta entretanto também me falou das suas preocupações que iam muito ao encontro das minhas. 

Posto isto, começámos a tratar do pedido de adiamento, do qual falarei no próximo post.

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