(Post escrito no início/meio de julho de 2023)
Ano letivo terminado e muitas novidades desde então.
O adiamento do Gonçalo foi aceite. Aliás, todos os adiamentos pedidos no agrupamento foram aceites, e segundo consta nunca houve um ano com tantos pedidos. Isto quer dizer alguma coisa.
O Gonçalo continuará na mesma escola e apesar de termos posto a hipótese de mudá-lo, acabámos por decidir mantê-lo lá.
A verdade é que não sei até que ponto a mudança seria benéfica. Por um lado acho que a educadora dele foi pouco exigente, mas nada me garante que mudá-lo iria deixá-lo em melhores mãos. Ponderei na mudança de sala, mas as crianças do outro grupo são mais novas, e a educadora também poderá não ser a mesma. Portanto pensei "quem muito escolhe pouco acerta", seja o que Deus quiser.
A educadora dele irá reformar-se, portanto a ir, será apenas no primeiro período. Ela já o conhece, já me conhece, e eu já estou alerta, por isso vou estar atenta para perceber se as coisas melhoraram ou não.
Entretanto o Gonçalo antes do final do ano letivo voltou a ter falta de ar, e alguns dias depois teve uma otite. Faltou a vários treinos de futebol por estes motivos e quando ía regressar, o futebol terminou. Os treinou poderão ou não regressar, mas nunca será antes de Setembro. Ou seja, o meu plano foi por água abaixo.
O Gonçalo tem feito uns trabalhinhos e já noto evolução. É certo que é pouco tempo, nunca são tarefas com mais de 10 minutos, e apesar de nem sempre estar com vontade, tem feito sempre. E acho que o truque é mesmo esse, é ir fazendo um pouco todos os dias, ter uma rotina que o ajude a concentrar-se e sem darmos por isso as coisas vão melhorando.
Neste momento estamos de férias no Algarve, e tenho apostado noutro tipo de trabalho, mas mesmo assim já fez umas fichinhas e mostra-se mais interessado.
Antes de virmos de férias fomos fazer 2 exames auditivos, que foram passados pela pediatra de desenvolvimento.
Já tinhamos tentado uma vez, mas como ele estava muito congestionado a técnica optou por não validar os exames e mandou-o para uma consulta de otorrino.
O otorrino disse que ele estava com uma surdez provisória, precisamente por estar muito congestionado. Prescreveu tratamento para fazer durante 15 dias e só então poderiamos voltar aos exames. Com a otite pelo meio, atrasou os exames, mas lá fomos antes das férias.
O timpanograma estava bem, mas o audiograma não foi validado, e porquê? Porque o Gonçalo não se concentrava.
Ele tinha de tocar numa tecla do xilofone cada vez que ouvisse um som, e ele distraia-se com o xilofone. Ou porque queria tocar numa tecla específica, ou porque queria seguir uma ordem... a técnica ainda mudou a estratégia, mas não foi possível.
Por coincidência, a técnica também tem um filho, que é seguido pela pediatra de desenvolvimento do Gonçalo e o menino tem Transtorno de hiperatividade e defice de atenção. Então aqueles exames acabaram por servir para ela partilhar comigo detalhes do desenvolvimento do filho.
Muito parecido com o Gonçalo, também com os interesses muito direcionados para um tema (no caso, animais, dinossauros principalmente) e com características muito idênticas.
Aquela conversa deixou-me muito mais tranquila. Por um lado porque vejo que o Gonçalo está em boas mãos, e depois porque começo a ver que apesar das dificuldades há soluções. Estamos apenas no início do processo e parece tudo muito complicado.
Bem, o exame ficou remarcado para depois das férias, um dia logo de manhã, para ajudar na concentração do miúdo.
E neste dia percebi que as sessões com a terapeuta que correram melhor, foram as das 10 da manhã, as das 11 ele já estava cansado e desconcentrava-se muito mais. Apenas 1 horita faz toda a diferença.
Também estes detalhes são importantes para percebermos tanto o desenvolvimento, como as soluções para os problemas que vão surgindo!
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