quarta-feira, 2 de outubro de 2024

É MUITO PARA DAR CONTA

 Estou numa fase, novamente, de me sentir sobrecarregada. Sinto que tenho muita coisa a precisar da minha atenção e que é demasiado. 

A questão principal, o que me preocupa sempre, é o Gonçalo. 

Confesso que não sei se somos nós, pais, que somos muito preocupados, ou se é mesmo assim que temos de ser.

Como sabem, o Gonçalo entrou este ano para o primeiro ano. No ano passado pedimos adiamento e estivemos todo o ano a prepará-lo para ingressar no primeiro ciclo.

As coisas estão a correr bem, não posso dizer o contrário. 

Ficou na mesma escola, tem uma boa professora, conhecia todos os colegas, as rotinas estão idênticas, portanto neste sentido está tudo bem.

No entanto o Gonçalo continua a querer muito brincar, é imaturo em relação aos colegas, e apesar de saber fazer as coisas e de estar a aprender bem, é muito demorado a fazer os exercícios. 

Precisa sempre que a professora lhe diga para trabalhar porque fica no mundinho dele.

O Gonçalo fala muito sozinho, brinca muito sozinho, reproduz coisas que viu e ouviu em filmes ou desenhos animados. E isto é estranho aos olhos da maioria das pessoas, inclusive das crianças. 

Esta estranhesa, o olhar de soslaio, preocupa-me. 

Mas preocupa-me porquê?

Se ninguém se meter com ele e não lhe fizer mal, qual é o problema de olharem? Ele está feliz, não se sente incomodado.

Talvez, esta minha preocupação esteja relacionada com o medo de que no futuro gozem com ele e isso comece a ser mau.

À parte disso, a questão escolar mesmo, a nível de trabalho também me preocupa. Mas acredito que quando voltarmos à rotina das sessões de psicomotricidade, isso também melhore.

A questão da concentração, possivelmente será resolvida, ou melhorada, com algum ajuste na medicação.

Tudo isto faz-me pensar em 500 coisas, e no que posso fazer para ajudar.

Para já ter o quarto arrumado e com o espaço para estudar organizado, penso que seja essencial. 

Depois, criar uma rotina de trabalho diária, nem que sejam 15 ou 20 minutos, para ele ir adquirindo o hábito de trabalhar sempre depois da escola.

Pedir ajuda à terapeuta nesse sentido, ver com ela o que podemos fazer tanto na escola como em casa. 

Se houver necessidade de fazer mais sessões, façamos mais sessões. Nem que se coma só sopinha para se equilibrar as contas... uma dietazinha também cai sempre bem.

Nas questões da socialização, não sei bem o que podemos fazer mais...

Parece-me que lhe faz falta o trabalho em grupo, como era comum na Pré. Trabalhavam e brincavam muito em grupo e isso obrigava-o a lidar mais com as outras crianças. 

Agora já não é assim, e não me parece que haja brincadeira estruturada para ajudar nisso.

Coloquei-o nas AECS, para ir 2 dias à ginástica. Fazem muitos jogos e isso obrigá-lo-ia a seguir as regras e a brincar com os colegas. Mas mudaram o horário e os dias em que ele ficou na escola, acabou por ter uma atividade que basicamente é brincadeira livre. O que acaba por acontecer é ele ficar desorientado porque está aborrecido, não brinca com os colegas porque não lhe interessa e isso não ajuda absolutamente em nada no desenvolvimento dele.

Tanto que até a auxiliar da sala dele da pré reparou nisso, e foi buscá-lo para ficar na sala com ela e os meninos da pré. 

À parte de todas estas preocupações, tenho todas as outras normais da maioria das pessoas, trabalho, casa, compras, refeições, rouoa, contas... sempre muita coisa para fazer, tarefas que ficam a meio, coisas simples que depois se mostram complicadíssimas... oh meu Deus, ser adulto poderia ser mais fácil...

Tenho dias em que penso mesmo que tenho de ter calma, parar um bocadinho, meditar, escrever para organizar as ideias! 

Tem mesmo de ser uma coisa de cada vez, um dia, um problema de cada vez e ir com calma.

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