São 6:30 da manhã e desde as 5:30 que não durmo... querem saber porquê?
Estou preocupada com a escola do Gonçalo, ou melhor, com o Gonçalo na escola.
Ontem houve uma reunião com pais, professores e diretor do agrupamento escolar para se escolher interessados para a associação de pais.
Claro que fomos avisados da reunião de véspera, sem ser mencionado o motivo, acredito que, para evitarem ter uma reunião às moscas.
Houve muitas pessoas a inscreverem-se para pertencerem à associação de pais, e ainda bem.
Depois tivemos reunião com a professora.
É uma pessoa muito simpática, humilde, mas muito desorganizada. Não tem um fio condutor para as reuniões, perde-se, repete assuntos, esquece-se de outros e 45 minutos de reunião não foram, a meu ver, bem aproveitados.
Sugeriu-me para representante suplente dos pais, e disse que me achava com o perfil ideal, além de ser uma pessoa que a vê diariamente, o que poderá facilitar as coisas.
A representante é uma mãe que eu conheço, os nossos filhos andam juntos desde a pré, e sendo uma pessoa de quem gosto, também me pareceu que poderemos formar uma boa equipa. Vamos ver.
O que me deixou preocupada, foi ter dito que ambos os grupos estão muito bem desenvolvidos (é a turma de 1° ano e a de 4°), o que está pior no 1° ano é o Gonçalo, e apontou para mim.
Que bom!
"Mas ele porta-se lindamente, não gosta é de barulho, mas não tenho razão de queixa... demora é muito a fazer as coisas."
Até aqui tudo bem! Isto já eu sabia. O que me preocupa é se demora mas vai fazendo e percebendo, ou demora porque está na lua e ninguém puxa por ele.
Depois disse que já estão muito adiantados, já aprenderam o A (só lhes falta o E das vogais) e que fazem muitas, muitas fichas.
O Gonçalo traz fichas para terminar praticamente todos os dias, mas esta semana trouxe fichas que nem sequer foram começadas.
Ontem tinha uma ficha de matemática, com cálculos. Eu nem sabia (nem nenhuma mãe) que eles já fazem cálculos.
Não tenho problema nenhum em fazer isto com ele, mas preocupa-me muito o porquê de não fazer na aula. E o pior foi ele dizer-me: "às vezes não me apetece trabalhar, estou muito cansado."
Com isto, pedi à professora para nos reunirmos hoje, pois quero perceber exatamente o que se passa.
Há aqui várias questões, ele não pode pensar que não há problema em não fazer, a professora não pode pensar que ele não consegue acompanhar e que não há problema se não fizer, e nenhum pode pensar que fazer os trabalhos em casa é a mesma coisa que fazer na escola.
É completamente diferente uma criança aprender cálculos em grupo com os colegas, ou aprender em casa sozinho, ou mesmo numa explicação.
Ninguém substitui um bom professor, ninguém.
É na escola que têm de aprender, em casa consulida-se. Trabalha-serem casa para se fixar o que se aprendeu na escola.
Houve uma mãe que pediu para o filho levar os livros para casa à sexta feira, para poder acompanhar o que está a aprender, porque pelo que percebi, os outros miúdos não levam trabalhos de casa.
Eu sou a favor dos tpc's, desde que tenham conta, peso e medida. Não me oponho a haver 1 ou 2 dias certos, para terem trabalhos de casa.
Oponho-me a esta ideia de "se não terminarem na escola não faz mal, terminam em casa."
Os miúdos habituam-se mal. E dá-me ideia que o Gonçalo já está nessa fase, e a professora também.
Hoje vou referir que o Gonçalo desenvolveu muito no ano letivo passado porque houve um grande trabalho de equipa, entre a escola, casa e médica/terapeuta.
São 3 pilares essenciais. Não andamos a pagar psicomotricidade, para ele trabalhar e evoluir lá, e depois chegar à escola e ficar encostado.
Mais uma vez, parece-me que vou ter de ser aquela mãe chata, sempre a perguntar sempre a barafustar: tem de puxar por ele, não pode deixá-lo sem fazer nada... bla, bla, bla...
Cá em casa estamos preocupados com esta situação, o 1°ano de escola é importantíssimo e mesmo sabendo que há dificuldades, também sei que se o meu filho for devidamente estimulado, tem muito potencial!
Prevejo um ano de muita luta e trabalho e agora percebo porque a minha carreira na arquitectura não se desenvolveu, eu tinha de ganhar experiência na área da educação para trabalhar com o meu filho! Nada é por acaso!
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