quarta-feira, 27 de agosto de 2025

CONSULTA DE DESENVOLVIMENTO NO PÚBLICO

 A tão esperada consulta de desenvolvimento no Hospital S.Bernardo aconteceu hoje.

Foram 17 meses à espera e a minha expectativa era tão baixinha, tão baixinha, que ainda ponderei em não irmos.

Mas fomos.

Falámos sobre esta consulta com o Gonçalo, preparámo-lo porque ele estava preocupado se tinha de fazer análises ao sangue e se tinha de fazer trabalhos (como faz na psicomotricidade).

Saímos do carro e a primeira coisa que ele disse foi "não acho piada nenhuma a este Hospital... eu nem quero ir a esta consulta...".

Eu já não ía às consultas externas quase há 20 anos. A última vez que fui, tive uma consulta de dermatologia e tenho ideia que na altura estava mais organizado. 

Tive dificuldade em achar a sala onde teríamos de esperar, não percebi onde estava a sinalética, segui o meu instinto e lá encontrei a sala 6 amarela.

Fomos chamados poucos minutos depois da hora marcada e a consulta durou cerca de 1 hora.

Foram feitas todas as perguntas normais nestas consultas, foram vistas avaliações da escola, relatórios de outros médicos/terapeutas, foram feitas perguntas ao Gonçalo (que não esteve minimamente cooperante), mas logo de início ouvi o que já esperava: "então mas o Gonçalo já é acompanhado pela Dra Ana? Então porque vieram para aqui?"

E eu expliquei que a médica de família na altura, achou que poderíamos conseguir ter terapia da fala no hospital.

A médica quase que riu e disse-me logo para tirar isso da cabeça. "Há um terapeuta da fala para estes casos... tenho crianças com diagnósticos muito mais graves que o Gonçalo que vêm à consulta, eu mando para a terapia e um ano depois quando regressam à consulta, ainda não foram chamados... eu posso enviá-lo para a terapia, mas não o vão chamar...".

Eu super consciente desta reslidade, disse que a minha expectativa era baixa, portanto não esperava grandes respostas dali.

No entanto a consulta foi muito completa, mesmo sabendo que não seria para dar continuidade. No fim a Dra disse-me para continuar com quem estou pois estamos bem entregues, que ali nunca teríamos o acompanhamento que já temos no particular e com a médica que temos. 

Saí de lá um pouco triste. Por um lado satisfeita por ter mais um médico a dizer que estamos bem entregues. Mas triste por ver mais uma porta a ser fechada.

A escola não dá resposta, o hospital não dá resposta, a segurança social dificilmente dará resposta porque somos um casal com rendimentos acima de 12000 por ano, e com essa fortuna ninguém precisa de ajuda para nada.

A conversa é sempre a mesma, há casos mais graves que precisam mais de ajuda. Tudo bem. E os casos menos graves vão sendo empurrados com a barriga? Fazemos descontos, e não são poucos, e no fim não temos direito a nada. Que país é este? Nada melhora?

Ou temos nós algum dinheiro para nos chegarmos à frente, ou então estes casos menos graves vão ficando graves porque não têm o devido acompanhamento. Ninguém vê isto?

A Dra até perguntou porque não faziamos terapia da fala no particular e eu disse "porque não temos dinheiro. Não conseguimos fazer psicomotricidade e terapia da fala e todas as outras consultas que ele também precisa...".

Sinto uma pequena revolta, ssbem?

O médico de família também fez o pedido de terapia da fala no centro de saúde, mas pelo andar da carruagem também já estou a prever o desfecho, porque há casos mais graves.

Entretanto, como precisava de tratar de outro assunto com a neuropediatra dele, enviei-lhe email e aproveitei para falar desta consulta, onde falei das minhas preocupações. Uma hora depois tinha a resposta da Dra, esclareceu-me, tranquilizou-me e pronto. No público dificilmente isto aconteceria, o que não deixa de ser triste.

Sinto um certo aperto no peito, porque às vezes parece que não vejo luz ao fundo do túnel, é uma preocupação constante, mas sei que estar assim também não ajuda. 

Tenho de continuar a fazer o básico bem feito, a fazer a minha parte, a insistir com a escola e procurar outras alternativas, outras soluções, porque não dá para ficar a ver a banda passar.

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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

44 ANOS - 44 COISAS QUE GOSTO E NÃO GOSTO

Dia de 44.° aniversário. Parabéns a mim nesta data querida! 😁

Gosto:

1- Silêncio 

2 - Chocolate

3 - Dormir

4 - Ar fresco

5 - Cheiro a mar

6 - Banho frio no verão 

7 - Banho quente no inverno 

8 - Arroz doce

9 - Pastel de nata

10 - Bolo caseiro

11 - Café 

12 - Escrever 

13 - Ler

14 - Desenhar

15 - Pintar

16 - Perfumes

17 - Produtos de beleza

18 - Plantas

19 - Roupa cheirosa

20 - Cama cheirosa 

21 - Velas aromáticas 

22 - Cheiro a chuva

23 - Maquilhagem sóbria 

24 - Jantar fora

25 - Unhas bonitas

26 - Lareiras

27 - Solitude

28 - Ter muito dinheiro 🥰

29 - Limpar a casa estando sozinha


Não gosto:

30 - Chico espertismo

31 - Mentiras 

32 - Manipulações (consequentemente de pessoas mentirosas e manipuladoras)

33 - Aletria

34 - Muito barulho

35 - Pessoas que acham a vida dos outros sempre fácil

36 - Pessoas que reclamam da vida que têm, esquecendo-se que é fruto das próprias opções que tomaram.

37 - Pessoas invejosas

38 - Pessoas que opinam sem ninguém pedir opinião 

39 - Iscas, miúdos, moelas e todos os pratos confecionados com órgãos de animais (só o cheiro agonia-me)

40 - Ventania

41 - Roupa apertada

42 - Ser mal atendida em lojas/estabelecimentos, como se a pessoa estivesse a fazer um favor em atender-me

43 - Dormir pouco

 44 - Ter pouco dinheiro 😅



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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

A MINHA ARRUDA MORREU

 Três meses depois de me ser oferecida, hoje dei-a por morta. 

De repente começou a secar e quando isto acontece, pouco há a fazer. Numa questão de dias secou completamente. 

Não foi falta de água, não foi excesso de água, nem falta ou excesso de luz.

Estava num local adequado às suas necessidades e penso que os meus cuidados foram também os adequados. 

Hoje cortei-a, ficou um talo e as raízes que não sei o estado em que estão. Com sorte ainda rebenta...

Vamos ver... 

Se é inveja, como dizem as pessoas mais antigas, tenho pena de quem me inveja, porque ainda não percebeu que o meu Anjo da Guarda é muuuuito mais forte que os seus demónios! 🤭😁

Sigo firme, e depressa arranjarei outra arruda! ❤️

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quarta-feira, 13 de agosto de 2025

DESAPEGAR DA CASA PERFEITA

 A minha casa não é a minha casa de sonho. Mas é onde vivemos, é o nosso lar, e tenho tentado encarar sempre esta realidade com leveza.

No entanto, tive uma fase (várias fases ao longo dos anos, na verdade) difícil na minha relação com a casa, e nem me apercebia disso.

Apesar de cuidar da casa, limpar, arrumar, etc, sentia-me desconectada com o lar, com o espaço! Fazia o que tinha de ser feito, mas sem muito capricho, sem muito amor envolvido. 

E isso criou algum descontentamento com a rotina doméstica e com a própria casa. 

Mas aos poucos tenho vindo a mudar esse sentimento. Sempre defendi que deviamos fazer o melhor possível com aquilo que temos. Mas não sei como, nem porquê, tive estas fases de descontentamento, e desmotivação. 

Pode não estar tudo perfeito, mas algum dia estará? O normal é atingirmos um objectivo e começarmos logo a pensar noutro. Então não será melhor valorizar e apreciar o processo, e dar o nosso melhor nesse tempo. Afinal poderei nunca estar satisfeita...

E tem sido nas pequenas coisas que tenho encontrado motivação e gosto. Tem sido no propósito e na intenção. Não fazer por fazer. Não fazer só porque alguém tem de fazer. Não fazer a reclamar.

Cuidar da casa, do lar, é dar amor à minha família. À familia que tanto pedi. É dar amor a mim mesma! 

Aligeirar a rotina doméstica tem feito muita diferença, fazer as coisas com capricho também. É diferente fazer porque sim, e fazer com atenção e cuidado. 

Acender umas velinhas, ter um detergente cheiroso e de qualidade para lavar o chão, ter um amaciador ou dois de roupa perfumados, cuidar das plantas, cuidar da roupa, fazer as camas com amor e carinho (como falei noutro post)... Romantizar a vida, ver as coisas pelo lado positivo, deixar os queixumes de lado. 

E é aquele cliché que tantas vezes ouvimos, mas que é verdade, há quem não tenha o que nós temos e gostasse de ter. Há que agradecer mesmo as pequenas coisas. Vamos levar a vida toda a desejar o que não temos? Que martírio...

E assim, com uma pequena mudança de mentalidade, de foco, as coisas têm vindo a melhorar, a minha visão sobre a casa tem mudado. 

A leveza que depositei neste tema ajudou a melhorar muita coisa no meu bem estar! E às vezes o caminho é mesmo o do desapego do que não temos mas gostaríamos de ter, em troca da valorização e amor pelo que já temos!

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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

O GONÇALO E OS LEGOS

 Já falei por aqui várias vezes que o Gonçalo gosta muito de legos, e o início desta paixão coincide mais ou menos com o início da toma da medicação para a PHDA.

Tem muitos legos, nos aniversários e Natal recebe sempre alguns, e depois vamos comprando outros durante o ano.

De início fazia os indicados para a sua idade, mas gostava também de comprar outros para idades superiores e dada a dificuldade desses, eu ou o pai é que montávamos o lego e ele ia só colocando algumas peças com a nossa orientação. 

Entretanto, quando fez 8 anos recebeu um lego para 7 anos, e fê-lo completamente sozinho, com alguma rapidez e facilidade, o que o deixou muito satisfeito e motivado. 

Como tinha dinheiro no seu mealheiro, quis comprar um carro para 9 anos. No dia que o comprámos, eu disse-lhe que teria de fazê-lo sozinho e só depois de ter tudo pronto é que poderíamos comprar outro. (Eu a pensar que a montagem levaria uma eternidade...)



Não acreditei que o acabasse sozinho. Já são legos com muitas peças, as instruções não são assim tão fáceis e o processo requer muita paciência e concentração, coisa que sabemos, ele não tem em demasia.

Acontece que fui surpreendida pela dedicação e resiliência do meu filho. Arrumou a sua secretária para ter espaço para o lego e preparou tudo para a tarefa que demoraria apenas 4 dias. 

Fez tudo com calma, com paciência, um bocadinho de cada vez. Quando estava cansado parava e regressava para fazer mais um pouco, depois de ter descontraído noutra brincadeira. E assim se passaram 4 dias e o lego sempre a ganhar forma de Ford Mustang.

Terminou numa quinta enquanto eu preparava o almoço. Apareceu na cozinha com o carro completo e muito contente por ter conseguido fazer tudo sozinho.


Eu fiquei muito orgulhosa e não me canso de o dizer. 

Ele diz que conseguiu porque se esforçou muito. Agora diz isto muitas vezes, que se esforçar muito consegue. Acho que isto era conversa da professora, sempre a dizer que ele tinha de se esforçar mais. Felizmente o resultado tem sido proporcional ao esforço, mas nós sabemos que na vida nem sempre é assim.

Entretanto comprou outro carro de lego, desta vez para 10 anos. E a dificuldade aumenta substancialmente em relação aos de 9 anos. As próprias instruções são mais exigentes e a atenção tem de ser muito maior.






Neste demorou mais dias, também por estarmos de férias e termos saído mais, mas mesmo assim demorou menos de uma semana. 

Aqui já precisou da minha ajuda em certos pormenores, mas a maioria foi feito por ele.

Nesta "brincadeira" ele trabalha muita coisa, desde concentração, foco, paciência, resiliência, organização, interpretação de imagens em perspectiva, motricidade fina, resistência à frustração, etc. 

Além de lhe trazer muita confiança e motivação, que é algo que ele precisa muito. O discurso dele mudou muito desde que começou a fazer estes legos mais dificeis. E mesmo quando afirma que não consegue fazer algo, nós utilizamos os legos como exemplo: "Lembras-te que antes não conseguias fazer legos sozinho, e que foste treinando e agora já consegues? Tem de ser assim, no início é difícil porque estamos a aprender, mas depois vai ficando mais fácil. "



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sábado, 2 de agosto de 2025

DIVAGAÇÕES... #4

 O meu marido, há uns tempos cortou umas calças de fato de treino para fazer uns calções. Não tinha nenhuns, coitado...

Obviamente ficaram tortos e vê-se perfeitamente que foram cortados, mas ele ficou feliz da vida e nada preocupado com os calções tortos!

Entretanto vi um vídeo dos meus amigos Imagine Dragons e o vocalista tinha uns calções primos dos do meu marido. E eu pensei: "de certeza que este não andou a cortar calças para fazer calções... se calhar até são de uma marca xpto..."

Ingenuidade minha: 


Na mesma ordem de ideias, também reparava que ele tinha sempre o cabelo cortadinho e bonito. Já que andam em digressão e saltitam de país em país, eu pensei: "devem ter um barbeiro com eles em digressão..."

O barbeiro: 🤣

Adoro esta descontração, a sério! Não há nada como pessoas humildes, carismáticas, talentosas e práticas! A vida fica mais leve!


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sexta-feira, 1 de agosto de 2025

TERMINAR PRODUTOS

 Às vezes gosto de gastar tudo e só depois comprar de novo. Faço isso em várias ocasiões e com vários itens, e neste verão resolvi fazer com produtos de beleza, higiene e maquilhagem. 

Estou a usar tudo e só quando não tiver nenhum item dessa categoria é que irei comprar. 

Ontem à noite terminei o serum e o creme de rosto, e hoje terminei o creme que usava de dia.

Não tendo já nenhum serum nem creme, aproveitei a ida ao supermercado para comprar. 

Visto que o meu melasma piorou bastante nas férias (coisa frequente no verão), mas ainda vou apanhar sol durante o próximo mês, optei por comprar só o creme de noite e o serum (comorei também tinta para o cabelo, os brancos já gritam, e uns adesivos para a zona dos olhos, para experimentar). De manhã usarei o serum e o protetor solar.


Em Setembro irei mudar a rotina para voltar aos cuidados com as manchas, neste momento é mais por uma questão de hidratação e proteção, para não piorar. 

Na maquilhagem, estou mesmo a chegar ao fim de vários produtos. O iluminador está nos finalmentes, o pó bronzeador também (Atéjáse partiu a tampa), mas tenho uma paleta de blush praticamente nova e que me vai durar um tempinho. A máscara de pestanas, depois de ter terminado as que gosto, optei por usar uma que não gosto assim tanto, mas que ficará também despachada para deixar o espaço vago para uma decente.


Em termos de unhas, também terminei uma base e um primer. Tenho um de cada também a terminarem e a ideia é usá-los até ao fim, para depois comprar uns de melhor qualidade. 

Os que tenho são da marca Kelly, mas uma amiga que trabalha nessa área disse-me que a marca Andreia é muito melhor. Comprei um veriz e um top coat para experimentar, isto já no outono passado, e realmente duram muito mais. Portanto acredito que os outros produtos também compensem.

Perfumes, também estão a ser terminados. Ainda tinha um restinho de um de verão do ano passado, já o gastei. Comprei um de côco no Lidl e acredito que o gaste neste verão, porque é fraquinho.

No outono e inverno gosto de perfumes mais intensos, mas no verão não os suporto. O que é certo é que vou ficar a zeros em termos de perfumes!

Cremes de corpo e de mãos, tenho para dar e vender... Não devo comprar até ao fim do ano.

Produtos de cabelo, por agora também tenho tudo o que preciso, portanto só devo de fazer novos investimentos em Outubro. 

Mas a ideia é mesmo gastar até ao fim para depois renovar tudo. 

"Ah, mas assim não vais gastar muito dinheiro de uma vez?"

Não, porque também estive muito tempo sem comprar nada. Fica tudo dentro do orçamento aceitável. Além disso sabe-me muito bem ter tudo novo de vez em quando! É um sensação de recomeço.

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