terça-feira, 29 de abril de 2025

FALHA ENERGÉTICA E KIT DE SOBREVIVÊNCIA

 Ontem foi um dia daqueles. 

Estava eu a preparar o almoço quando fiquei sem eletricidade. Pensei que o quadro elétrico tivesse disparado, mas não. Enviei mensagem para o vizinho do café e para a vizinha cabeleireira: "têm luz?"

Não, ninguém tinha. Era a cidade toda. Depois já era o país todo. Depois já era a Europa e já iamos ficar 72 horas sem eletricidade. 

Eu não conseguia ver notícias, fiquei quase de imediato sem net, enviei mensagem ao meu marido e depois enviei à minha mãe a dizer-lhe para prepararem o rádio a pilhas e as lanternas, porque era uma falha grave.

Não costumo ser alarmista, e apesar de começar a panicar um bocadinho, mantive a calma. 

Entretanto o meu marido chegou para almoçar e assim que comemos, eu fui à escola buscar o Gonçalo. Avisei as mães das minhas explicandas de que não haveria explicação, dadas as circunstâncias, mas nem consegui saber se tinham ou não recebido.

Havia muito trânsito, mas lá fui calmamente. 

Na escola, o ambiente era calmo, as crianças brincavam descansadas e nem se tinham ainda apercebido do problema. 

A professora já stressava por não saber o que dizer aos pais, também não conseguia contactar ninguém, e estava preocupada com a possível falta de água.

Assim que entrei no carro com o Gonçalo e ele percebeu que não tinha televisão, nem telemóvel, nem playstation, começou a stressar e acho que foi um misto de sono, com cansaço e receio do aborrecimento que o fez chorar bastante.

(E não me venham com a lengalenga que os miúdos estão viciados nessas coisas, porque o que há mais são adultos a não darem um "pum" sem irem à internet, e viciados estamos todos... Além disso o Gonçalo é uma criança do campo, farta-se de brincar na rua...)

Passámos pela casa dos meus pais, e no regresso a casa lá foi acalmando.

Assim que cheguei a casa e abri a torneira da cozinha e percebi que não tínhamos água, comecei então a ficar ainda mais preocupada. 

E apesar de não ser alarmista, também não consigo romantizar estas situações. Estava muito preocupada com a falha elétrica, mas a falta de água ainda me preocupava mais.

Fui à casa-de-banho e ainda corria um fio de água na torneira do lavatório, então enchi tudo o que foi possível, jarros, garrafas, tachos... pouco tempo depois ficámos mesmo sem água. 

O meu marido chegou a casa e um vizinho disse-lhe que se precisassemos de água, que ele nos arranjava. É a parte boa de viver num meio pequeno. 

Saímos de casa para o Gonçalo desanuviar, fomos levar umas garrafas de água aos meus sogros, pois não sabíamos se tinham, brincámos no parque e às 19h estávamos a jantar na sala, para aproveitarmos a luz natural.

Deixei a loiça por lavar, resolvi fechar os olhos a isso, por 2 motivos: tinhamos pouca água e eu estava com receio de gastar e fazer falta para consumo, e se fosse lavar, a água era pouca para lavar convenientemente a loiça, e isso faz-me confusão. Lavar loiça com água já a ficar suja... naahh!

Entretanto íamos ouvindo as notícias no rádio do carro e ficámos mais descansados quando disseram que já havia eletricidade em certas zonas do país e que durante a noite seria tudo reposto. 

Eu e o Gonçalo lemos vários livros do Rato Renato e às 21:30 estávamos na cama, com um banho de toalhitas tomado e com o meu filho a dizer que ir para a cama assim, era coisa de badalhoco... mas teve de ser.

Entretanto a luz, a água e a Internet voltaram por volta das 22h e eu dormi muito mais descansada. 

De manhã chamei o Gonçalo mais cedo para tomar um banho e ele levantou-se de imediato, tal não era a necessidade! Lavei a loiça como deve ser, aspirei a cozinha, despachei-me e lá fomos para mais um dia comum, como se nada tivesse acontecido. 

Depois chegam as conversas dos "achismos" e dos "supostamentes" e as romantizações (que eu adoro)... 

Quanto às conversas "eles disseram que era para durar 10 dias", " eles disseram que vai acontecer muitas vezes", eu pergunto: eles quem? O Facebook? Ou o tik tok? Oh pá, vamos filtrar o que lemos e ouvimos, e focar a nossa atenção em notícias fidedignas. 

Agora, quanto ao kit de sobrevivência que foi aconselhado há uns meses, e que as pessoas agora acham que era porque já sabiam que isto ia acontecer, independentemente disso ser ou não verdade, não faz sentido ter bens essenciais e não perecíveis em casa? Não faz sentido ter pilhas, lanternas, rádios, velas...? 

Faz, não faz? Eu acho que sim. Não tenho rádio, mas vou tratar disso, mas tenho lanterna, tenho velas, tenho sempre enlatados. Tinha pouca água e vou tratar de ter reserva também, porque ontem assustei-me. Mas é óbvio que faz sentido termos estas coisas.

Ontem foi por esta falha grave, mas até pode acontecer outro problema... já aconteceu o covid, tanta gente que não tinha nada em casa. Nós sabemos que estamos muito dependentes de um sistema que pode falhar, é bom termos alguns cuidados.

Há uns anos eu tinha uma pequena zona a que chamava de despensa de emergência. Neste momento não tenho, mas no início do mês, como já partilhei, gosto de comprar arroz, massa, feijão, grão, conservas de atum, sardinhas e outras do género, para o mês inteiro. 

Neste momento estou a pensar voltar à despensa de emergência, mesmo com este objetivo, de ter uma reserva para uma possível emergência. Não por uma questão de alarmismo, mas por achar que são coisas que podem repetir-se. 

Acho que seria bom todos repensarmos estas questões, até para evitarmos açambarcamentos, como voltámos a ver ontem.

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segunda-feira, 28 de abril de 2025

MAIS VALE FEITO DO QUE PERFEITO (E NÃO FEITO)

 Tendo um fim-de-semana de 3 dias, com muito sol, resolvi tratar da roupa de verão e começar a trocar com a de inverno.

Lavei e sequei muita coisa, minha e dos meus homens, mas não tive tempo nem disposição para engomar tudo. 

Por isso optei por arrumar a minha roupa,  lavadinha, cheirosa e por engomar.


Possivelmente irei arrepender-me quando for para a vestir, mas até lá estou tranquila. Era isto, ou era deixar a roupa amontoada até ter tempo e/ou disposição, o que resultaria em roupa ainda mais amassada e difícil de passar.

Nos próximos dias, temos previsão de chuva, portanto não irei vestir roupa muito fresca, até porque sou friorenta. Portanto, vou mentalizar-me que além da muita roupa que ainda tenho para lavar, ainda tenho esta para engomar.

Não ficou perfeito, mas ficou minimamente feito! 


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sábado, 26 de abril de 2025

MISTURAS CASEIRAS PARA A CASA

 Hoje de manhã estive a fazer as minhas misturinhas que uso diariamente na casa. E porque não partilhá-las aqui?

Reutilizo embalagens de produtos de supermercado que comprei há uns tempos para o mesmo fim.


Não vejo necessidade de comprar embalagens novas, sendo que estas funcionam bem e gosto bastante de ambos os pulverizadores.

Na embalagem de limpa vidros, faço o multiusos caseiro: 500ml de água (uso sempre filtrada, mas não é obrigatório), 1 colher de sopa de detergente (uso sempre detergente de loiça, este é bastante concentrado, pode ser uma colher de sobremesa) e 4 colheres de sopa de álcool.  


Uso-o para limpar vidros, mesa e cadeiras da cozinha, eletrodomésticos, bancadas, azulejos, lava-loiças, fogão, casa-de-banho... é ótimo!

Na embalagem de ambientador de tecidos (este é do continente e não gostei muito do cheiro) misturo 150 ml de água, 150 ml de álcool e 1 tampa de perfumador. Pode ser amaciador de roupa, convém é que seja concentrado. No entanto o perfumador funciona melhor, pois o perfume dura muito mais tempo.


Uso nas camas para ficarem cheirosas, no sofá, nos cortinados, nas toalhas do banho (depois coloco-as a secar e ficam cheirosas) em roupa que não esteja suja mas que vá arejar um pouco. Funciona muito bem!

São duas misturinhas que tenho sempre, prefiro-as aos produtos específicos e são bastante económicas. Tudo o que uma dona de casa quer!

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quarta-feira, 23 de abril de 2025

PHDA E PEA - REGRESSO ÀS AULAS E AVALIAÇÃO

 Primeiro dia de aulas do último período letivo. Oh não!!! O 1.° ano do meu filho está quase a terminar!

Acho sempre o 1.° período enorme, o 2.° rápido e o 3.° mal se sente, passa rapidíssimo. Mas pronto, o que é que se pode fazer?

O Gonçalo hoje despachou-se rápido de manhã, não por ter saudades da escola, nem por estar animado com o regresso. Mas assim que viu que estava sol, e que independentemente da vontade teria de ir para a escola, despachou-se para ter tempo de brincar na rua antes de ir para as aulas.

A professora disponibilizou as avaliações na plataforma antes da Páscoa e estão dentro daquilo que esperava. Estão melhores que as do 1° período, e coincidem com o que vejo em casa e na psicomotricidade. 

A única observação negativa é que o "Gonçalo mostra ter hábitos de estudo e de trabalho, no entanto revela pouco interesse e empenho". 

 E eu tenho de concordar, porque ele nunca tem muita vontade de trabalhar e antes de começar a fazer já está a dizer que vai demorar muito tempo, que dá trabalho e que é difícil. Da nossa parte tem de haver muita paciência e ao mesmo tempo desvalorização para que ele faça as coisas.

O que me dá alento, é que vejo que mesmo nessas situações, ele depois sabe fazer e percebe. É só aquela resistência no início.

Numa das últimas sessões de psicomotricidade tinha umas contas de somar para fazer. A primeira era 4+2 e ele dizia que não sabia, que era difícil, que dava muito trabalho. A terapeuta disse-lhe: " Ok Gonçalo. Não fazes, depois quando fores crescido queres trabalhar nos carros e o sr. dos carros diz-te que não podes porque não sabes fazer contas de 4+2." E ele respondeu de imediato: "ok, são 6." 

E isto acontece frequentemente. Ele ainda é muito despreocupado com a escola e se puder esquivar-se so trabalho, esquiva-se. No entanto, se for bem "manuseado" faz as coisas e até se desenrasca bem.

Eu tenho visto muitos "Gonçalos" ao longo da minha vida de explicadora, e normalmente são miúdos com interesses vincados noutras áreas e que acham a escola uma seca. Parecem preguiçosos, mas no fim de contas são daqueles que as notas não coincidem com essa postura. 

Neste momento até tenho um "Gonçalo", que na verdade se chama Rodrigo, que parece sempre desinteressado, e até tem problemas com alguns professores por isso, mas depois as notas são muito boas. 

Claro que numa sala de aula, ver um aluno com ar de quem está a morrer de tédio, a olhar para o vazio, incomoda o professor. Mas nem sempre o que parece, é. 

Da minha parte, vou fazendo o que tenho de fazer, e rezando para que este desinteresse e empenho não o prejudiquem e que consiga perceber a matéria e aplicar esses conhecimentos. 

Para a semana temos a reunião de pais, vamos ver se há outras questões.


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sexta-feira, 18 de abril de 2025

PHDA - ESCOLA E FAMÍLIA

 Dou explicações há uns anos, e têm sido algumas as crianças que têm passado por mim, com PHDA. 

Uns com sintomas mais óbvios que outros, uns com comorbidades (a maioria, na verdade) outros não. 

Este ano tenho 3 meninas. 

Uma de 13 anos, além da PHDA tem deslexia. Toma uma medicação natural e é acompanhada quinzenalmente por uma psicóloga. É uma aluna empenhada e organizada, anda num colégio privado e a maior dificuldade que tem a nível escolar é conseguir fixar o que aprendeu, e aplicar nos testes sem entrar em desespero. É muito ansiosa!

Depois tenho outra menina com 12 anos. PHDA, dislexia e Défice cognitivo. Não é medicada e não tem um acompanhamento médico consistente. Saltam de médico em médico (porque os médicos só a querem medicar), não é acompanhada por psicólogo, nem faz terapias. 

É uma criança com bastantes dificuldades de aprendizagem, que tem os testes muito mais fáceis para conseguir fazê-los, mas que a meu ver, está a ser prejudicada pela falta de acompanhamento médico e terapêutico. 

Andou sempre em colégios privados, e este ano mudou de colégio, o que dificultou as coisas.  Recentemente, os pais tiveram uma reunião com professores e direção e lá foram convencidos a levar a menina a um neutopediatra para ser medicada e a fazer alguma terapia semanal, que a ajude no desenvolvimento.

Qual é o problema dos pais relativamente à medicação? Quando foi diagnosticada foi medicada, mas ao fim de 3 semanas pararam a medicação porque a menina estava apática. 

Esta apatia é normal na fase de adaptação. Nós no início não notámos muito no Gonçalo, mas quando a dose de medicação foi aumentada em novembro, notámos bastante. É frustrante, e duvido que algum pai ou mãe se sinta bem a ver esse comportamento nos filhos. No entanto, é um mal necessário, que passado esse tempo de adaptação vai trazer muitos benefícios à criança. 

Até partlhei com a mãe, que o Gonçalo quando começou a medicação, ao fim de um tempo começou também a referir as diferenças que sentia no seu comportamento. Ele tinha 6 anos e teve o discernimento de conseguir fazer a comparação entre o antes e o depois da medicação. Portanto acredito que esta menina consiga também fazer isso, e melhor do que ninguém vai poder dizer como se sente e se vê benefícios ou não. 

Depois tenho uma menina de 6 anos, tem PHDA e é medicada. Fez algum acompanhamento com uma psicóloga, mas como era difícil financeiramente, a psicóloga recomendou a explicação de modo a ter ajuda na leitura, que era a grande dificuldade na altura. O acompanhamento diferenciado na escola é inexistente, a professora tem um método de trabalho antiquado, as crianças ficam impedidas de ir ao recreio caso não terminem os exercicios, ou por outros motivos sem nexo.

Em dois destes casos, vejo alguma desresponsabilização por parte dos pais. 

Parece que veem o diagnóstico como um problema a ser resolvido pela escola, e até por mim como explicadora. Ouço frequentemente coisas do género: "ela em casa não quer estudar", "ao fim-de-semana não dá para fazer trabalhos porque saimos sempre", "eu não tenho paciência para lhe explicar", "eu não sei ajudar nos estudos, já não me lembro de nada disso"...

Compreendo que nem todos os pais consigam ajudar nos estudos, mas só que não atrapalhem já ajudam. 

O que é que podem fazer? 

Podem sempre fazer o básico bem feito. 

Como?

Incentivando a aprendizagem, lendo e mostrando a importância da leitura, criando rotinas que favoreçam a aprendizagem,  criando rotinas que contribuam para o descanso, sentando-se 10 minutos por dia a ajudar na organização dos materiais escolares, no que precisam de levar para a escola (é muito comum esquecerem-se de muita coisa), explicando que é importante terem hábitos de estudo, por pouco tempo que seja, informando-se sobre as dificuldades reais destas perturbações e das estratégias que podem ser utilizadas em casa, falando com os professores regularmente... 

Qualquer pessoa pode ajudar assim. Quem é que ajuda mais, o pai que desvaloriza a escola, que diz que não precisou de estudar para ter o trabalho que tem, dizendo que a matemática não serve para nada e que nenhuma profissão precisa de matemática (e eu a lembrar-me na hora de contabilistas, economistas, engenheiros, arquitetos, gestores... todos a precisarem de saber qualquer coisita de matemática no dia-a-dia), ou será o pai, que até pode não ter muitos estudos, mas lê o jornal/livro em frente aos filhos, sabe de assuntos da atualidade politica e económica, incentiva o conhecimento e o pensamento crítico, que explica a importância de fazer os trabalhos de casa, que sabe as datas dos testes dos filhos, que fala com o diretor de turma...? 

Percebem a minha ideia? Independentemente das dificuldades dos filhos e das dificuldades dos pais, nós pais temos a maior responsabilidade de todas! Não são os professores, nem os explicadores, nem os médicos, psicólogos ou terapeutas, somos nós! Temos de estar na frente dos acontecimentos, a contar com a ajuda de todos os outros, é certo, mas não a esperar que eles façam o nosso trabalho. 

A menina de 6 anos, tem uma espécie de relatório da sua médica com o diagnóstico e a dizer que deve beneficiar de medidas de inclusão. 

Os pais acharam que bastava a criança entregar esse papel à professora e o caso estava resolvido. Não se dignaram a ir à escola entregar o papel à professora e a falar com a mesma sobre a situação. Resultado, a menina deu o papel à professora, a professora disse que não sabia para que servia aquilo e que ia mostrar à diretora da escola. E pronto! Os pais ficaram a achar que estava tudo resolvido! 

Depois esperam um tratamento adequado com a menina, quando eles não fizeram a sua obrigação. Obviamente que a professora não esteve interessada em resolver nada, os pais deixaram-se ficar, e a mãe disse-me que não está dentro destes assuntos... 

Estes assuntos são do interesse da filha, não seria normal irem à escola tratar das coisas? Isto não tem nada a ver com perceber ou deixar de perceber. Alguém nasce ensinado? Há 2 anos eu nunca tinha ouvido falar no Decreto Lei 54/2018, quando ouvi o que fiz? Fui à maravilhosa internet ler. Ninguém me ensinou nada!

No ano passado quando tive a reunião com a EMAIE para serem discutidas as medidas de que o Gonçalo iria beneficiar este ano, eu levei o decreto sublinhado com o que eu e a terapeuta achávamos importante para ele. Eu sabia bem a que medidas as professoras se estavam a referir e uma delas disse-me "vejo que a mãe vem preparada e está bem a par do assunto". 

Tive a ajuda da terapeuta, ela melhor do que eu sabia o que era importante ele ter e o que era importante eu recusar, mas eu fiz a minha parte e li tudo antes da reunião para ninguém me passar a perna, cado tivesse essa intenção. 

Apesar de ter algumas críticas relativamente a este ano letivo, assumo que temos sorte. Eu consigo falar com a professora, há diálogo entre nós, há disponibilidade. E mesmo com as educadoras, a primeira educadora foi essencial para estes desenvolvimentos. A senhora pode não ter conseguido lidar com certos aspetos, mas empenhou-se muito para que os direitos do Gonçalo fossem defendidos. A direcção da escola a mesma coisa, sempre que enviei um email com alguma questão (e eu escrevo que se farta) nunca fiquei sem resposta. Podia não ser logo, podia demorar semanas, mas responderam-me sempre. E realmente vejo que não é assim com toda a gente.

No entanto, nunca fui de ficar impávida e serena à espera, tenho iniciativa, quando não sei pergunto. Não espero que a professora resolva os problemas como se o filho não fosse meu. 

E acho que tem de ser assim, sempre!

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quinta-feira, 17 de abril de 2025

INDEPENDÊNCIAS DA IDADE

 Acabei de pintar e cortar o meu cabelo em casa.

Quem me diria, que aos 40 e poucos, eu estaria de volta ao cabelo médio (comprido para mim) e que, além de pintar em casa, iria também cortar sozinha sem dó nem piedade? 

As coisas que a idade traz...

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quarta-feira, 16 de abril de 2025

COMO ALIGEIREI A ROTINA DOMÉSTICA - 3

Ter menos coisas é uma forma muito simples de aligeirar a rotina doméstica!

Primeiro há que destralhar com frequência. Olhar para as coisas com olhar crítico, e decidir o que vai e o que fica.

Não dá para organizar tralha, e ter uma casa cheia de coisas só dificulta a vida de quem a limpa e organiza. Portanto o ideal é ir desapegando.

Depois é preciso ter atenção ao que se compra. 

Estou numa fase em que já não me interessa se é bonito, se vai ficar bem na minha casa, ou se está a um ótimo preço. Se olho para um objeto e penso que vai ser uma chatice limpar-lhe o pó, então é porque não é para mim. 

Quero comprar uns candeeiros para as mesas de cabeceira do nosso quarto, e ontem vi uns muito giros na "homa" que iam ficar bem na nossa decoração. Mas pensei logo "isto vai agarrar muito pó e vai ser um stress para limpar". E pronto, ficaram lá por esse motivo. 

Resumindo, se pretendo limpar, arrumar e organizar com pouco tempo e pouco esforço,  opto por ter menos coisas. Consigo isso, destralhando com frequência e fazendo escolhas inteligentes na altura de comprar.

Assim, a rotina doméstica fica muito mais simples e ligeira, é mais fácil limpar a casa além de ser mais fácil mantê-la em ordem.

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domingo, 13 de abril de 2025

COMO OCUPO O MEU TEMPO LIVRE

 Os meus hobbies são uma forma de me conectar comigo mesma. São uma forma de expressão, de criação, de motivação e de descontração, claro. 

Um dos meus objetivos para este ano era reduzir o tempo nas redes sociais e dedicar-me mais a coisas que gosto, neste caso, aos meus hobbies!

E assim tenho feito e tem sido recompensador. 

São todos calmos e têm bastante em comum entre si.

• Prática de Yoga 

• Leitura

• Escrita/Blogue

• Pintura de mandalas/desenho

• Macramé 

• Sudoku 

Todos têm em comum a calma que me trazem. "Ah, és uma pessoa tão calma!" - dizem muitas pessoas. Mas desenganem-se se pensam que nasci assim. Há aqui muito trabalhinho interior, de muitos anos, para não andar com os nervos à flor da pele, e mesmo assim, às vezes também perco as estribeiras porque sou humana, não é verdade?

Mas podem acreditar que estes hobbies de anos, alguns de décadas, fazem muito pela minha paz interior, pela minha concentração, foco e  memória.

O Yoga tem todo um conjunto de benefícios, e mesmo que seja uma prática pequena, traz sempre mais coisas boas do que más: fortalece o corpo, trabalha equilíbrio, concentração e flexibilidade, traz foco para o presente, a respiração melhora significativamente e isso traz benefícios para a saúde em geral!

A leitura e escrita andam e mãos dadas. As duas têm a vantagem de melhorar a memória, o raciocínio, a concentração, aumentam o vocabulário e o nosso entendimento (interpretação), além de contribuirem para mais conhecimento em várias áreas. Tudo dependerá do que se lê e do que se escreve, mas isso é outra conversa.

A pintura de mandalas/desenho e o Macramé ajudam na criatividade, também no foco e concentração, na calma e descontração, atenção plena, motricidade fina... o Macramé ainda tem o benefício de decorar a minha casa com peças únicas feitas por mim, que para mim é uma forma de mostrar amor e apresso pelo nosso espaço!














O sudoku é desafiante, faz-nos pensar de formas diferentes, portanto ajuda muito no raciocínio e claro que trabalha também muito a concentração. 

Quanto às redes sociais, ou à internet em geral, continuo a usar e a gostar. Continuo a ver vídeos de assuntos que me interessam, simplesmente reduzi bastante o tempo e tem sido muito mais proveitoso assim. Até noto mudanças na minha disposição e isso acaba por influenciar muito o meu dia-a-dia, o cansaço e o descanso!

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sábado, 12 de abril de 2025

TPC'S DE FÉRIAS

 Estou aqui a ver os trabalhos de casa de férias que o meu filho ainda tem para fazer, e pergunto-me pela milésima vez, como é que a professora passou o segundo período a dizer-me que o Gonçalo tem dificuldades nos cálculos, e não mandou uma única ficha de matemática para ele fazer.

Juro que tentei relativizar, mas realmente é difícil. 

Ontem ele fez anos, (8 anos minha gente, 8 anos...) e passámos a tarde com os seus amiguinhos de turma. Falei com a mãe de uma colega, que é a que eu tenho mais próxima e vou falando sobre estes assuntos, e a colega trouxe várias fichas de matemática para fazer.

Portanto a minha relutância com tudo isto, ainda aumenta. Não percebo, pronto. Mandou 4 páginas de português, tudo coisas fáceis que precisam de ser feitas e têm a sua importância, claro, mas depois na questão onde ele demonstra mais resistência (nem acho que seja dificuldade, é mesmo resistência em fazer, sei lá eu porquê) encosta-se para o lado e não se manda nada.

Sabendo a professora que eu tenho disponibilidade, vontade e conhecimento para trabalhar com ele em casa durante as férias, e que tem também a psicomotricidade... isto não faz sentido para mim.

Os livros de matemática vieram porque eu pedi, mas ainda levei com uma mensagem assim: "Já mandei os trabalhos de casa ontem. Mas pode vir buscar o que entender."

Respondi que tinha visto os trabalhos, mas "como o Gonçalo tem dificuldades a matemática, eu quero trabalhar nas férias com ele. Temos tempo para isso."







Ele tem páginas em branco, tem páginas iniciadas mas que não foram terminadas, e eu nem sei porquê. Nem sei se a professora de educação especial está a trabalhar estas questões com ele, não sei como é articulado o trabalho entre as duas professoras... 

Se quero saber, tenho de perguntar e mesmo assim... 

Mesmo eu querendo manter o pensamento positivo e confiar no trabalho de todos os envolvidos, parece-me que a questão foi resolvida enviando poucos trabalhos e fáceis, também para se facilitar depois a correção dos mesmos. 

Poderiam ter sido trabalhos direcionados para as dificuldades que ele demonstra mas pronto, optou-se pelo caminho mais fácil. 

É assim que vejo as coisas neste momento!

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quarta-feira, 9 de abril de 2025

COSCUVILHICES...

 Há uns dias, num dia de compras de supermercado, aproveitei para beber um café só com a minha pessoa. Aqueles momentos que eu raramente preciso quase todos os dias, sabem?

Na mesa atrás de mim sentaram-se duas senhoras, que eu não vi, mas que percebi de imediato que uma era super faladora, e a outra super discreta!

A senhora faladora não era propriamente discreta no volume da conversa, portanto mesmo que eu não quisesse ouvir, ouvia tudo.

A senhora falou, falou, falou, falou, de coisas aleatórias, até que surge o nome de uma terceira senhora e a conversa permaneceu nesse tema.

Aqui eu acabei por não conseguir deixar de ouvir e confesso que fiquei atenta. A minha veia de velha cusca a dar o ar da sua graça...

Então a senhora dizia mais ou menos o seguinte: (...) convidei-a para o jantar do dia das mulheres, não quis ir porque achava caro... mas na semana a seguir já andava com roupa nova e unhas de gel (...)".

A senhora discreta pouco falava, mas nesta altura disse: "É a neta que lhe compra, manda vir da Internet. Elas agora mandam vir tudo da Internet, até as unhas é a neta que tem as coisas e pinta-lhe..."

Mas a senhora faladora continuava indignadissima com tamanha vaidade, e continuava a destilar veneno e inveja. Até que a senhora discreta diz algo que me deu vontade de aplaudir: "Pois, são prioridades... ela compra roupa e arranja-se, tu comes bolos no café e fumas... quanto dinheiro é que gastas em tabaco por semana?"

Oh pá, eu adorei esta resposta e a senhora faladora respondeu já num tom mais baixo "ah, isto é só a gente a falar..."

Depois eu levantei-me e não resisti em olhar para as senhoras, que também devolveram o olhar. Eram duas pessoas normais a falar de coisas banais. Mas não deixa de ser interessante porque acho que todos nós temos uma "senhora faladora" na nossa vida. Alguém que acha sempre que está no direito de criticar as nossas opções, só porque são diferentes das dela.

E isto leva-me a pensar num exercício interessante que todos devíamos fazer: sempre que criticamos alguém, devemos olhar para nós. 

Primeiro para percebermos porque estamos a criticar a opção da outra pessoa, se isso não influencia em nada a nossa vida. Será por inveja, será o nosso ego inflamado... será o quê?

Depois devemos aproveitar esse momento de crítica, essa necessidade, e direcionar a critica para nós e dizer algo do género "Estou aqui a criticar, vou é aproveitar para fazer algo construtivo", "ou vou mas é tratar do monte de roupa que tenho para passar", ou "vou aprender alguma coisa nova".

Não seriamos todos mais felizes assim? 

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