É uma das favoritas do Gonçalo no momento, e cada vez que a ouvíamos no carro, na rádio, ele dizia que a queria no telemóvel.
E de tanto a ouvir, hoje acompanhou-me o dia todo, e não me sai da cabeça:
"A bar song":
É descontraída!
Gostam?
É uma das favoritas do Gonçalo no momento, e cada vez que a ouvíamos no carro, na rádio, ele dizia que a queria no telemóvel.
E de tanto a ouvir, hoje acompanhou-me o dia todo, e não me sai da cabeça:
"A bar song":
É descontraída!
Gostam?
Tinha alguns planos para este mês, mas as coisas não têm corrido como esperado.
Dizem que anda aí um Mercúrio retrógrado, o que nos traz muita confusão. Depois com a energia da super Lua, parece que ainda pior.
Bem, da minha parte, realmente tenho sentido preguiça. Durmo mal todas as noites, se pensar em descansar um pouco à tarde, não consigo. Por um lado sinto o cérebro cansado, mas ao mesmo tempo super ativo.
Tinha planeado pinturas e organizações para este mês, mas de facto não tenho conseguido.
Trabalho de manhã, à tarde faço qualquer coisa com o Gonçalo.
Ele está numa fase desafiadora... espero que seja influência das energias dos Mercúrios e das luas.
Tenho descansado, aparentemente, mas a verdade é que me sinto muito cansada.
Vejo o mês a passar rapidamente, para a semana termina, portanto eu tenho de dar algum gás às minhas intenções, senão não passa disso mesmo, de intenções.
Entretanto hoje comecei logo por limpar a porta da frente de casa de manhã (exterior). É uma zona minúscula, mas que precisava de ser limpa. Ainda por cima as formigas andam em alta e eu queria dar um jeito à coisa.
Tirei ervas dos vasos das plantas, folhas secas, limpei as persianas, vidros e porta, varri e lavei o chão.
O facto de chegarmos a casa e termos a entrada limpa, dá-nos logo outro ânimo. Além disso, a sugidade não entra tanto para casa. E o facto é que o chão da nossa casa suja-se muito, portanto ter o exterior limpo, ajuda sempre.
Para a tarde, tinha planeado limpar a cozinha. Limpar o interior dos móveis superiores, limpar o forno e fogão, etc.
Mas não fiz nada disso.
Resolvi começar por limpar a sala.
A ideia era só aspirar bem o sofá, desviá-lo e limpá-lo também atrás, e limpar o chão.
Entusiasmei-me e limpei a fundo. Lavei mantinhas, forras de almofadas e cortinados.
Limpei de alto a baixo. Havia um pouco de bolor junto aos rodapés, mas resolveu-se facilmente com Cif bolores, e depois passei um paninho húmido em todas as paredes, para tirar pó e algumas manchas.
Acabei com o cantinho dos brinquedos do Gonçalo na sala e, esta ficou muito mais leve.
Posto isto, não houve tempo, nem energia para a cozinha.
Ficará para a semana.
Os quartos eram a prioridade, mas como também são os mais difíceis, tenho adiado.
Tenho esperança que assim fique mais motivada para depois tratar dos deles!
Com as férias escolares, noto que o Gonçalo perdeu bastante o ritmo de trabalho.
Temos feito algumas fichas, exercícios soltos, e tem havido muita frustração pelo meio... minha e dele.
Dele, porque não lhe apetece trabalhar, minha porque quero que ele trabalhe, de preferência sem lamurias, o que não tem acontecido.
O que me salva são os anos de experiência. Já dei explicação a muitos "Gonçalos", portanto já tenho muito jogo de cintura.
Depois, também tenho aprendido muito com a psicomotricidade. Vou vendo as estratégias da psicomotricista (costumo chamar terapeuta para facilitar) e vou também aplicando no nosso dia-a-dia.
Mas tenho visto que "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". O facto de trabalharmos, mesmo parecendo um trabalho inglório, vamos vendo os frutos.
Na última sessão a terapeuta comentou isso. O facto de praticamente todos os dias o Gonçalo escrever o seu nome e a data, fê-lo melhorar bastante. Antes fazia as letras e os números um pouco grandes e agora já escreve com um tamanho adequado.
Não foi preciso muito, foi apenas com a prática quase diária que esse pormenor melhorou.
Lá está, o poder do básico bem feito!
E depois é a força do hábito. O facto de trabalhar, mesmo sem vontade, mesmo a lamuriar-se, ele faz tudo o que mando. Se eu desistisse e deixasse para depois, o hábito perdia-se por completo e isso dificultaria o início do ano letivo.
Mesmo tendo a psicomotricidade, e sabendo que lá ele trabalha melhor, não posso, de forma alguma, deixar tudo para lá, como se tudo dependesse daquelas sessões.
A evolução seria muito mais lenta.
Há dias que fazemos exercícios super fáceis, até ele refere que são "coisas de bebés". Mas nessas coisas de bebés ele continua a treinar muita coisa importante, a concentração, a motricidade fina, a paciência, aprende a lidar com a frustração... Tudo isso importa! Tudo isso faz diferença e vai influenciar no futuro!
Por isso é que insisto tanto no "básico bem feito!"
(Dia 3 - 31 de julho)
Não tenho seguido uma lógica nesta tarefa de organizar e limpar a casa. Vou escolhendo o mais urgente, pelo menos para as minhas necessidades, e vou fazendo.
E tem corrido bem, portanto é para manter.
Hoje dediquei a manhã à casa-de-banho e à cozinha. Mas não a tudo.
Na casa-de-banho dei uma limpeza geral, mas o foco era mesmo o poliban, principalmente o vidro.
Primeiro limpei com mistolin, o tira gordura normal. Gosto de usar um tira hirduras de vez em quando, porque vai acumulando gordura tanto da nossa pele, como dos produtos. E este mistolin é o melhor. Dá para tudo. Não cheira super bem, mas funciona.
E logo nesta primeira etapa a diferença foi enorme e se calhar devia de ter ficado por aqui.
Mas não, fui para a segunda etapa que costuma ser lavar com a esponja impregnada em detergente de loiça e vinagre. Mas hoje resolvi limpar com um detergente sanitário com Lixívia. Até aqui tudo bem.
Por fim limpo sempre com um pano seco e depois com limpa vidros.
Mas assim que passei o limpa vidros, os vidros ficaram meio embaciados. E por muito que limpasse, não ficavam limpinhos.
Foi a primeira vez que isto aconteceu e foi também a primeira vez que usei este limpa vidros da Cif. Confesso que não acho nada de mais, mas não sei se foi este o culpado do fracasso da minha tarefa.
Ou seja, terei de repetir...
Depois passei para a cozinha.
O armário por baixo do lava-loiça estava muito desarrumado e mais sujo do que eu imaginava.
É um armário sem prateleiras, portanto dificulta muito a arrumação. Coloquei uma prateleira provisória há um tempo, tem ajudado, mas era bom se tivesse outro tipo de arrumação.
Como não tem, tento arrumar o melhor possível. E agora estava bastante desarrumado e sujo.
Retirei tudo, aspirei, depois limpei. Até tirei os canos do lava-loiça para lavar.
Enquanto secava, fui destralhando o que já não interessava (há sempre alguma coisa) e depois foi só arrumar tudo novamente.
Ficou bem melhor! Não há nada que uma boa limpeza não ajude.
Há precisamente 2 anos comprei o meu kit de unhas de gel na Pluricosmetica.
E passados 2 anos lembrei-me de vir falar sobre isso. Compensou? Continuo a usar? Gosto? Vale a pena? Estraguei as unhas todas?
A verdade é que foi um ótimo investimento. Não estou nada arrependida, compensou muuuito, uso imenso e não estraguei as minhas ricas unhas.
Fui ganhando experiência ao longo do tempo. Confesso que nestes dois anos fui mais assídua nos últimos 9 meses, talvez.
Mas durante este tempo, sempre que tive vontade de pintar as unhas, usei os meus produtos.
Adquiri alguns vernizes entretanto, mas mantive-me fiel aos tons que gosto: nudes, vermelhos, preto e castanho escuro.
Comecei também a fazer nos pés, o que facilita muito o verão.
Mudei um pouco a técnica, pois de início ía fazendo unha a unha. Hoje em dia sou mais prática:
- Depois de limar, lixar um pouco a superficie da unha e limpar, passo primer em todas as unhas de uma mão, à exceção do polegar que deixo para o fim.
- Seco todas de uma vez.
- Depois passo uma camada de base, e seco tudo.
- Passo a segunda camada de base e seco. (Antes só passava uma camada de base, mas assim protege mais a unha quando for tirar a cor.)
- Passo uma camada de verniz e seco tudo e passo a segunda camada e seco.
- A última camada é de top coat, seco tudo e limpo a goma das unhas.
- Trato da outra mão e por fim dos polegares.
Acho que assim é mais rápido do que pintar uma e secar, pintar outra e secar... demora muito mais e o resultado é o mesmo.
Também aprendi a limpar melhor, já não deixo tantos defeitos, apesar de acontecerem.
Hoje foi dia de tratar das unhas, fiz logo mãos e pés.
Comecei por esfoliar os pés, hidratar muito bem e comecei o processo que referi atrás.
Depois fiz o mesmo com as mãos.
Estava sozinha em casa, o que facilita, principalmente por não estar o Gonçalo.
Despachei-me um menos de 2 horas, mas lanchei pelo meio.
Ouvi a minha música durante o processo e estive tranquila.
Prefiro ter este trabalho do que ir a um salão. E confesso que gosto muito mais do resultado quando sou eu a fazer, portanto, mais uma vez, compensou muito adquirir os produtos.
Noutro post publicarei as fotos dos produtos que uso, hoje deixo só o antes e o depois.
Dia 2 (30 de julho)
A organização e limpeza da casa, hoje, ficou só para a parte da tarde.
Felizmente o Gonçalo quis ir passar a tarde com a avó e eu aproveitei para me dedicar ao seu quarto.
Os quartos precisam de ser pintados, tal como a marquise. Mas quis já tratar de algumas coisas, para ir orientando as coisas, pois sei que se deixar tudo para a mesma altura, acabarei por procrastinar e desistir de algumas tarefas.
Comecei pelo quarto do Gonçalo porque estava muito desarrumado e com coisas a mais.
Destralhei livros, que para já ficarão na explicação (no meu local de trabalho) pois serão úteis para treinarmos a leitura, na altura necessária.
Mas destralhei vários brinquedos. Separei alguns jogos novos que ele nunca usou, nunca se interessou e agora mesmo que se interessasse eram demasiado fáceis para ele.
E separei também brinquedos que estão em bom estado, mas que têm algum defeito e que lhe foram dados já assim.
Por exemplo, tem um género de lego (de outra marca) onde vinha tudo fechado mas faltava um saco, ou seja, faltam peças o que não permite que se monte o brinquedo.
Como não é um brinquedo original da Lego, as peças não encaixam nas da lego, logo não nos permite fazer nada com aquilo.
É uma caixa que anda aqui a empatar há vários anos, e por isso, decidi desfazer-me dela.
Há uns tempos um vizinho também lhe deu uns carros de rally, telecomandados, mas que não funcionam. Os carros são a bateria, e a bateria está viciada.
O meu marido achou que seria muito fácil resolver o problema mas o que é que aconteceu? Nada.
Os carros ainda são grandinhos, mas ficaram ali encostados e nem um se interessou em brincar, nem o outro se interessou em arranjar. Vão já de carrinho...
Juntamente com estes brinquedos, coloquei outros do género dentro de um saco. São coisas em segunda mão que nos foram dadas, mas que por algum motivo não funcionam corretamente. Se servem para brincar? Servem, mas o Gonçalo não se interessou e ele tem tanta coisa que lhe interessa que não vale a pena manter estes brinquedos.
Vou colocá-los no tal saco, perto de uns contentores onde as pessoas deixam coisas em condições que outras pessoas aproveitam.
Há uns tempos também me deram um tapete para o quarto do Gonçalo. Supostamente era novo, mas não era. Apesar de estar em bom estado. Assim que abri o tapete decidi não ficar com ele, pois era um tapete que iria acumular muito pó e pêlos do Alf (ainda tinhamos o Alf). Nunca compraria aquele tapete por esse motivo.
O tapete estava limpo, e eu deixei-o junto a esse contentor. Passado um bocado passei lá e o tapete já lá não estava. E tudo o que tenho deixado, tem sido levado por alguém em pouco tempo.
Depois deste pequeno destralhe (ainda há mais a fazer no que toca a brinquedos) aspirei, limpei pó e arrumei o que ficou.
Até acendi uma velinha aromática para dar um charme!
Entretanto, fui destralhando também alguma roupa. Neste caso minha. Mas tudo o que fui encontrando no caminho que achasse não estar em condições foi posto de parte. Já tenho um saco com roupa para doar e outro com roupa que, entretanto, foi para o lixo.
Dá trabalho, mas sabe bem. E aos poucos vou vendo as coisas mais organizadas e leves.
Dia 1 (29 julho)
Depois das férias, hoje foi dia de começar a orientar a casa.
Na verdade ontem já dei um pequeno avanço, limpando o frigorífico e jogando fora produtos que já não ía consumir (chás, compotas, etc).
O objetivo era fazer compras hoje de manhã, aquelas compras que gosto de fazer no final do mês, e limpar e organizar a casa à tarde.
A lista de tarefas era extensa, pois durante as férias fez-se o mínimo e havia um certo descontrolo em várias zonas da casa.
Obviamente, um tarde não daria para tudo, mas o importante é começar.
A cozinha estava precisada de uma limpeza, a marquise/lavandaria estava muito desarrumada, a sala tinha muitos legos, lápis e canetas pelo chão, os quartos tinham pó e a casa-de-banho era a única divisão decente.
Comecei pela cozinha, depois do almoço despachei a loiça e aproveitei para limpar o fogão, desviá-lo e limpar por trás e por baixo.
Desviei móveis e limpei, aspirei tudo e lavei o chão.
A marquise foi só arrumar a tralha no lugar, até não era muita coisa, mas desarrumada parecia mais.
Aspirei e lavei o chão.
Na sala perdi grande parte da tarde.
Resolvi organizar os legos em caixas. A quantidade que é já não dá para separar por brinquedo. Juntei tudo e quando for para montar alguma coisa, haja paciência e concentração para ajudar.
O Gonçalo não achou muita piada a esta decisão e disse-me que eu não podia ter misturado tudo...
Mas já não dava para manter tudo nas caixas originais.
Depois desta árdua tarefa, o resto foi simples, aspirar tudo, limpar o pó e lavar o chão.
Aproveitei para trocar as capas das almofadas, para ficar tudo cheiroso e fresquinho.
Desde que comecei a comprar as capas das almofadas na Shein, mudo-as com frequência e gosto muito disso!
Entretanto aspirei e lavei o chão do corredor, mas não organizei nada. Quero mudar aqui umas coisas, mas não deu para tudo.
Nos quartos não consegui fazer grande coisa, mas como tinha tirado os lençóis de manhã, aproveitei para limpar os colchões.
Quando tirei os lençóis deixei os colchões a apanharem ar. Depois polvilhei-os com bicarbonato de sódio e deixei aturar umas 2 horas.
Aspirei e voltei os colchões ao contrário. De vez em quando é bom fazer isto para evitar marcas.
Polvilhei novamente com bicarbonato, deixei atuar e aspirei muito bem. Por fim vaporizei com a misturinha de álcool, água e amaciador.
Só depois do jantar é que fiz as camas, mas os colchões ficaram limpos e cheirosos.
O resto, ficará para outros dias. Há muito a fazer!
- Filho, tens alguma sugestão para a mãe fazer para o jantar?
- Isso era o que mais faltava...
😅
Ultimamente as idas ao parque perto de cada reduziram. E nas vezes que temos ido, o Atl já está fechado, portanto não tem havido contacto com as crianças de lá.
Ontem, o Gonçalo apercebeu-se de que os miúdos andavam a brincar no parque e pediu-me para irmos lá um pouco.
Contrariada, lá fui eu, avisando-o que era só um bocadinho, etc, etc...
E aconteceu tanta coisa em tão pouco tempo, nem 10 minutos lá estivemos, vejam só:
- Primeiro, estavam duas pessoas encarregues das crianças, presumo que educadoras. Sentadas no baloiço (do parque público) a conversarem tranquilamente. Nós dissemos bom dia, responderam com muito custo.
O parque é público, mas fico sempre com a sensação que as senhoras acham que o parque pertence ao Atl.
Além disso, os miúdos parecem-me entregues a si mesmos...
- Segundo, o Gonçalo foi cumprimentar as crianças com o jeito dele, de se apresentar aos que não conhece e perguntar-lhes o nome. Isto para mim faz parte da boa educação, mas parece que os miúdos estranham.
- Terceiro, o seu ex-colega de sala de pré começa imediatamente a inferiorizá-lo.
Quando me apercebi a conversa ía neste ponto:
O Gonçalo disse-lhe: - Eu fui da tua sala na pré.
O colega responde: - Na pré? Eu não ando na pré...
- Sim, no outro ano, quando andavas na pré, fui da tua sala.
- Tu não sabias fazer nada, eras o pior da sala, tiveste a pior nota e chumbaste na pré...
Os outros, os macaquinhos de imitação, começaram a gozar "Eh, chumbou na pré... teve a pior nota..."
E o Gonçalo pergunta: - Pior nota?!
" Aíí, nem sabe o que é a nota... chumbou na pré..."
Enquanto isso, o ex-colega continuava todo inchado com o discurso de "eras o pior, nem sabias pintar, bla, bla, bla".
No meio daquela conversa toda, gritaria, e risota o Gonçalo permanecia tranquilo, ria e falava, até que quando um lhe disse qualquer coisa ele responde: "Excuse me?! "
Os outros calaram-se de imediato, e ele disse: "- Então, não sabem falar inglês?"
Eu saí de onde estava, aproximei-me e disse-lhe para irmos embora.
Mas não podia passar sem dizer nada, certo? Então disse: "- Meninos, vocês não sabem que na pré não se chumba?"
" - Ah, mas ele ainda está na pré... é porque chumbou. "
" - Não, não se chumba na pré. Ele ficou mais um ano porque eu quis que ficasse. "
E eles, macaquinhos de imitação, vão a correr ter com o "chefe: " Zé, não se chumba na pré..."
Claro que o miúdo nem se aproximou de mim, nem respondeu.
Entretanto um dos que estava a gozar diz o seguinte: "- Ah, isso também aconteceu comigo. Eu fiquei mais um ano na pré porque os meus pais quiseram, e não chumbei..."
E pronto, nós fomos embora e eu comentei: "Não gosto do Zé."
- Porquê mãe? Ele é meu amigo.
- Não é não, filho. Os amigos não gozam, e ele está sempre a gozar contigo.
- Não está nada, mãe. É só a brincar, ele às vezes até me dá abraços.
Posto isto, começo a panicar. É um misto de sensações, por um lado não percebo a necessidade, a satisfação de uma criança de 7 anos em inferiorizar outra criança.
É de imediato, não há outra conversa e o miúdo começa logo com este discurso.
Se isto é ao pé de mim, imagino como foi no ano em que eram da mesma turma. Não consigo deixar de pensar que a educadora não lidou bem com a situação e colocou o Gonçalo numa situação frágil.
Por outro lado vejo o meu filho super ingénuo a achar que o outro é seu amigo. Ao mesmo tempo, se calhar até é bom ser ingénuo porque não fica triste. Mas por outro lado, não sei até que ponto é assim tão ingénuo, já que acaba por dizer coisas que sabe que os outros também não sabem... como se pensasse: "são tão espertinhos, vamos lá ver se sabem isto".
Fiquei de tal modo abalada, que enviei mensagem à terapeuta do Gonçalo a pedir-lhe alguma luz, ou dica.
Ela disse-me que se a criança tem necessidade de inferiorizar os outros, provavelmente tem esse exemplo em casa. Até me perguntou se o miúdo já fez isto ao pé dos pais.
Nunca fez. O pai é uma pessoa com um ar bastante arrogante, mas foi sempre educado comigo. No entanto, o miúdo tem irmãos muito mais velhos, portanto poderá ser esse o exemplo.
Além disto, a terapeuta disse-me para ir explicando a diferença entre colega e amigo. Os colegas estão na escola, podemos brincar com eles, mas não os convidamos para irem à nossa casa, por exemplo.
Enquanto os amigos, podem frequentar a nossa casa e combinar coisas fora da escola.
Sugeriu fazermos isso, combinarmos programas fora da escola com amigos.
À noite voltámos a falar no assunto ao jantar, mas ele não percebe a gravidade da situação.
Felizmente não é alguém que ele tenha de lidar diariamente. Se ficasse nesta escola, presumo que isto fosse um problema, pois o miúdo iria andar sempre com esta conversa. Assim, estão em escolas diferentes o que me tranquiliza.
Claro que iremos lidar com muitos Zés ao longo da nossa vida. Quem nunca lidou, não é verdade? Mas para já é este que me irrita.